Está frio por aí? Desde 20 de junho o hemisfério sul entrou no inverno, estação do ano caracterizada pelo frio mais intenso e que neste ano, em Sergipe, está ainda mais expressivo em regiões como centro-sul, agreste central, alto-sertão e médio-sertão que têm registrado temperaturas abaixo dos 16°C.

Wedson Andrade Fotografia

O F5 News conversou com a meteorologista Wanda Tathyana de Castro. Ela explica que as baixas temperaturas no estado de Sergipe são influenciadas por vários fatores. 

Meteorologista Wanda Tathyana de Castro - Semac

“Um deles é um alta subtropical do Atlântico Sul que é um anticiclone que está posicionado sobre o Oceano Atlântico e está deslocando bastante umidade e ventos para todo o estado de Sergipe como também para o Nordeste como um todo. Outro fator importante é a elevação do local", explica a meteorologista ao portal.

Moradora do povoado Palmares, em Riachão do Dantas (SE), que é conhecido pelo tradicional festival de inverno, Ana Paula Vilanova Menezes já percebe essa alteração climática na rotina da sua comunidade. 

Ana Paula Vilanova Menezes - arquivo pessoal

“Há muitos anos não vivenciamos uma sensação térmica tão gelada no nosso distrito. A população local se recolhe ao entardecer, as ruas ficam desertas à noite, e só é possível visualizar a população local circulando nas ruas a partir das 8h, relata a diretora de turismo ao F5.

Igreja de Palmares - Wedson Andrade Fotografia

O frio mais intenso mudou também a atividade agrícola da região, de acordo com Ana Paula.

“Inclusive os agricultores mudaram os horários das atividades agrícolas por conta das dificuldades no manejo. Apenas a pecuária leiteira tem resistido ao frio por conta dos espaços fechados”, comentou.

A social media e universitária Lorena Santos Rocha mora no município de Simão Dias, centro-sul do estado sergipano. Ela acorda cedo todos os dias rumo à capital sergipana para trabalhar e estudar. Segundo ela, o mês de agosto está mais frio que o anterior e o frio intenso está dificultando a rotina local.

“Vejo que as pessoas têm que sair muito cedo ou muito tarde, sofrendo mais com o frio, inclusive eu, visto que chego de madrugada da faculdade e está muito frio”, descreve ao F5.

Outro ponto citado por Lorena é o aumento de pessoas doentes nesse período. A meteorologista Wanda Tathyana diz que esse crescimento é comum nesta época do ano.

“A redução de temperatura em Sergipe, como em outros estados, faz com que haja consequências negativas na saúde da população, como doenças respiratórias, doenças de circulação hipotermia e muitas vezes leva à morte em casos extremos”, explica Castro.

Para fugir dessa realidade, Ana Paula já deixou uma dica: “o recurso é ficar em casa embaixo dos condensadores, ingerir alimentos quentes, e se precisar sair, é obrigatório casacos, meias, calças, sapatos fechados e toucas na cabeça”, completou ao F5 News.