IA e o mercado de trabalho: o futuro já começou | F5 News - Sergipe Atualizado

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IA e o mercado de trabalho: o futuro já começou
Tecnologia já muda rotinas de trabalho; adaptação é essencial, alertam especialistas
Cotidiano | Por F5 News 23/06/2025 08h39 - Atualizado em 23/06/2025 11h49 |


A inteligência artificial (IA) já faz parte da vida de milhões de pessoas, mesmo que muitos ainda não tenham percebido. Ela está nos e-mails que completam frases automaticamente, nos chats que respondem em segundos e nos sistemas que preveem o comportamento do consumidor. Não se trata mais de uma tecnologia do futuro, ela já está presente no mercado de trabalho atual.

“Ela está aqui, mas muita gente ainda está esperando ela ‘chegar’”, observa Joe Marcolino, estrategista digital. Para ele, o uso da IA ainda é visto como um diferencial competitivo. Mas, em breve, será uma exigência básica. “Quem aprender a usar, avança. Quem não aprender, fica para trás”, garante.

Nova etapa da revolução digital
Para o professor Alexandre Meneses Chagas, doutor em Educação e coordenador do Complexo de Comunicação Social da Universidade Tiradentes, o que se vive hoje é uma nova fase da revolução digital iniciada décadas atrás.

“Os estudos sobre IA vêm desde os anos 60. O que mudou agora foi a capacidade computacional, que tornou possível aplicar essas tecnologias em larga escala”, explica.

Ele destaca que a IA tem ocupado funções repetitivas e operacionais, como revisão de textos, organização de dados e produção de conteúdo automatizado. No entanto, ainda está distante de alcançar a criatividade genuína. “Ela não cria algo inédito do zero. Apenas reorganiza com base em conteúdos humanos já existentes. Mas isso está evoluindo muito rápido”.

A perspectiva da chamada IA geral, capaz de pensar e criar como um ser humano, divide especialistas. Alguns acreditam que isso pode acontecer até o fim da década. “O avanço é assustador. Estamos vendo saltos mensais na capacidade desses sistemas”, completa Alexandre.

Comunicação já sente os impactos
A área da comunicação está entre as mais afetadas pela transformação. Hoje, sistemas de IA já conseguem gerar textos jornalísticos, criar vídeos, editar áudios, sintetizar vozes realistas e analisar dados de audiência em tempo real.

“Com um bom comando, a IA consegue redigir uma matéria razoável”, afirma o professor. Isso, segundo ele, não representa o fim da profissão, mas sim uma oportunidade de transformação. “O jornalista que souber usar IA vai produzir mais, com mais profundidade e qualidade. Ela vira uma aliada na rotina.”

Joe Marcolino reforça: “Não é a IA que vai tirar seu emprego. É alguém que souber usá-la melhor do que você.” Para ele, o profissional do futuro não precisa ser técnico em programação, mas precisa dominar ferramentas digitais e saber aplicá-las estrategicamente. “É preciso unir tecnologia com criatividade, sensibilidade e pensamento crítico.”

Avanços trazem riscos
O uso da IA também levanta preocupações. A criação de conteúdos falsos, como vídeos hiper-realistas de pessoas dizendo ou fazendo coisas que nunca disseram, torna cada vez mais difícil distinguir o que é real do que é gerado por máquina.

“A desinformação pode ganhar uma nova dimensão com essas ferramentas”, alerta Alexandre. Ele cita iniciativas de países como a França, que já discutem a obrigatoriedade de marcas d’água invisíveis em conteúdos produzidos por IA. “É uma tentativa de dar mais transparência ao público, embora haja resistência de algumas big techs”.

O uso desmedido da IA também mostrou suas falhas. Algumas empresas que tentaram automatizar boa parte de suas equipes perceberam queda na produtividade. “A IA precisa do ser humano para ser bem direcionada. Ela não funciona bem sozinha”, ressalta.

Adaptação é o caminho
A mensagem dos especialistas é clara: resistir às mudanças não é mais uma opção. Assim como no passado surgiram novas profissões com a chegada da eletricidade e da informática, o mercado está se transformando mais uma vez. “Profissões vão desaparecer, sim. Mas outras vão surgir”, diz Joe.

Para ele, o profissional que entender essa transição e se adaptar sairá fortalecido. “A IA está fazendo com o mercado de trabalho o que a eletricidade fez com os lampiões. Não é o fim de tudo, é o começo de uma nova fase”.

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