Irmã de José Lael critica decisão do STF que libertou médica: "Estamos revoltados"
Rosane Rodrigues diz temer pela segurança da família e questiona concessão de prisão domiciliar à ex-cunhada Cotidiano | Por F5 News 15/05/2025 15h08 - Atualizado em 15/05/2025 15h11 |A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de conceder prisão domiciliar à médica Daniele Barreto, suspeita de ser mandante do assassinato do ex-marido, o advogado José Lael, de 42 anos, causou forte indignação à família da vítima. Lael foi morto a tiros no dia 18 de outubro de 2024, em Aracaju (SE), e desde então, sua família tem travado uma batalha judicial pela guarda do filho do casal, hoje com 10 anos. Após a decisão da Suprema Corte, Rosane Rodrigues, irmã de Lael, desabafou em entrevista à TV Atalaia.
“Na verdade, a gente está revoltada com esse sistema judiciário falho. Pelo que sabemos, através dos nossos advogados, a base da decisão que concedeu a prisão domiciliar a essa mulher foi a alegação de que o meu sobrinho precisava da mãe. Uma mãe que nunca cuidou dele. Quem sempre cuidou foi meu irmão e a empregada, Maria, por quem ela tem ódio”, declarou Rosane, visivelmente abalada.
Segundo Rosane, a guarda da criança já havia sido concedida judicialmente à avó paterna. A família afirma que a criança vive hoje em um ambiente saudável e estruturado. “Ele acorda cedo pra ir pra escola, estuda onde sempre estudou, tirou nota 9 como a menor do bimestre. Está sendo acompanhado por psicóloga e é uma criança extremamente amorosa e inteligente. A mãe, na audiência de custódia, teve a audácia de dizer que ele precisava de cuidados especiais, como se tivesse alguma deficiência. Isso é mentira”, afirmou.
“Ele está bem. Faz aula de surf, joga futebol, estuda, está feliz. A decisão do STF desrespeita tudo isso e ameaça diretamente a estabilidade emocional dessa criança”, acrescentou Rosane.
“Essa mulher é manipuladora e perigosa”
Ao longo da entrevista, Rosane teceu críticas à ex-cunhada, a quem classifica como “manipuladora, perigosa e demoníaca”. Segundo ela, Daniele teria um histórico de comportamento abusivo e manipulação em relacionamentos anteriores, incluindo a automutilação para acusar falsamente um ex-marido de agressão. “Ela escondeu o rosto ao sair da cadeia. Eu também me esconderia, de vergonha. Mas o mais revoltante é que ela saiu acompanhada de um advogado que foi ex-amante dela, que já foi preso em 2019 por venda de sentenças. Isso é Justiça?”, questionou.
Rosane ainda mencionou que, após o crime, a médica teria comemorado a morte do ex-marido e viajado com uma suposta amante, fazendo paradas em hotéis pelo caminho. “Como é que uma pessoa envolvida num crime premeditado, com elementos de magia negra, com provas robustas, sai pela porta da frente da prisão? Como o STF ignora tudo isso e coloca ela em casa, dizendo que é pelo bem do filho?”, lamentou.
O motivo do crime, segundo a família
Para a família de José Lael, o crime teve uma motivação clara: dinheiro. De acordo com Rosane, há uma conta bancária de aproximadamente R$ 6 milhões em nome da criança, que seria na verdade uma conta do casal. Ela também acusa a médica de ocultar patrimônio nas contas da mãe e do irmão, que, segundo Rosane, não têm renda compatível com os valores movimentados.
“Ela queria ficar com tudo. Não queria dividir os bens. A conta do meu sobrinho é, na verdade, do casal, portanto pertence aos herdeiros. Como é que ela está pagando advogados caríssimos? Esse dinheiro deveria estar sendo investigado pela Receita Federal. Isso é lavagem de dinheiro”, disse.
O comportamento
Ainda segundo Rosane, após abril de 2024, Daniele começou a apresentar comportamentos incomuns, como insistir em sair sozinha, comprar um carro e mudar-se da zona rural para a cidade. “Minha mãe notou que ela havia mudado. Meu sobrinho Guilherme, que também foi baleado no ataque, disse que ela não demonstrou nenhuma preocupação com ele. Isso nos deixou em alerta. Hoje entendemos que tudo isso fazia parte de um plano”, afirmou.
Sobre a relação da família com a médica antes do crime, Rosane foi categórica: “Nunca desconfiamos de nada. Ela era amiga da minha mãe, nos enganou completamente. Mas depois do crime, começamos a ligar os pontos, ver mensagens, ouvir relatos de pacientes antigos. Hoje sabemos que ela já havia sido acusada de matar uma paciente, que ela era mal vista por colegas médicos. Meu irmão acreditou nela, tirou ela do fundo do poço”, disse.
A defesa de Daniele Barreto ainda não se pronunciou publicamente após a repercussão das declarações da família da vítima. O espaço segue à disposição.





