Moradores do Coqueiral se revoltam por demora na entrega de casas | F5 News - Sergipe Atualizado

Moradores do Coqueiral se revoltam por demora na entrega de casas
Muitos imóveis já foram saqueados e/ou destruídos por vândalos
Cotidiano 03/10/2012 20h45 |


Por Fernanda Araujo

Na Zona Norte de Aracaju, os moradores do bairro Coqueiral voltaram a reclamar, nesta quarta-feira (3), do descaso em relação às casas construídas pelo Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal, entregues pela Prefeitura de Aracaju. Já é o quarto capítulo da novela que segue desde abril.

Após a entrega de algumas casas, os ocupantes da antiga invasão relatam que houve o sorteio para algumas pessoas, os termos de responsabilidade foram assinados, mas as chaves dos imóveis não foram entregues. A denunciante Elisângela Ramos diz que a prefeitura alega que os moradores deverão esperar outra licitação para nova construtora. Por causa desse impedimento, as casas estão abandonadas e vêm sendo depredadas por vândalos e ladrões.

“Das 277 casas prontas faltam entregar 137. Disseram que iriam entregar no mínimo 20 casas por oito dias, não cumpriram, e agora dizem que não há previsão. Ontem fomos convocados para uma reunião com a assistente social da prefeitura, ela nos comunicou que não iria mais haver a entrega das casas, que teríamos que esperar nova reposição. A minha casa tem mais de 15 dias que está pronta e não entregaram. No dia do sorteio ficaram 49 pessoas sem serem sorteadas. E elas vão ter que esperar fazer novas casas, tendo casas aqui?”, questiona. Elisângela reclama ainda que os moradores esperam a entrega há quase 150 dias, ultrapassando o prazo estipulado de 90 dias.

As famílias aguardam as casas já prontas há quase dois anos, mas, agora, sem as mínimas condições de higiene. Casas sem reboco, lama e água proveniente das chuvas, telhados quebrados, buracos na parede e acúmulo de sujeira promovendo doenças como a dengue formam o cenário do local.

Ainda segundo os denunciantes, somente dois guardas municipais aparecem para fazer a ronda, mesmo assim não impedem a ação dos ladrões. “Roubaram as pias, vaso sanitário e até a fiação das casas. A minha casa, por exemplo, foi arrombada duas vezes”, conta Elisângela.

“Nem nós que somos os donos podemos entrar por mais que tenhamos os documentos e o termo de responsabilidade assinados. Disseram também que esse termo não garante ser nossa propriedade. Chegamos a ir a Semasc, aos órgãos competentes e tudo o que eles fazem é virar as costas e dizer que devemos esperar. Perguntamos se nós podíamos fazer um mutirão de limpeza, mas disseram que poderíamos se fosse por solicitação da Prefeitura. A gente já não quer mais que consertem isso aqui, queremos que entreguem do jeito que está”, diz outro morador, Gilvan Monteiro.

Agressão policial e falta de guardas municipais

A situação ganha contornos mais graves ainda quando a denúncia se estende ao cancelamento do auxílio moradia, ao descaso por parte dos guardas municipais e à violência que os moradores vêm sofrendo pelos policiais. Ontem, o reforço policial foi chamado após as famílias terem ameaçado invadir as casas.

Segundo a autônoma Marineide Lima, ela e seu filho foram agredidos. “O major que estava aqui da guarda municipal falou que, se a gente entrasse, ele nos tiraria porque receberam ordem pra isso. Os policiais bateram no meu filho deficiente, eu fui defender, mas eles me agrediram. Outra coisa, prometeram que teríamos guardas municipais para tomar conta das casas, se você ver só tem dois por dia. O rapaz disse que não ia perder a vida dele por ter que tomar conta de casa porque não está sendo pago do jeito que deve”. E continua. “Tem um deles que, quando chega aqui, fica num bar bebendo. Roubaram umas casas aqui, uma menina foi chamar o policial e ele respondeu que não ia porque estava tomando café”, denuncia.

“A assistente social é mentirosa e o prefeito Edvaldo Nogueira é mentiroso e não é homem pra conversar com o povo do Coqueiral. Nós somos esquecidos, não somos cachorros, somos humanos", diz Marineide.

Semasc

A Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania alegou ontem que as casas estão sendo entregues desde o mês de agosto e que falta a entrega de 160 após o término das obras da construtora. Afirmaram ainda que estes moradores foram sorteados mas que precisam aguardar a entrega das chaves. Sobre a possibilidade de aumentar o efetivo de guardas, as ameaças dos policiais e a informação de existir nova licitação para escolha de uma nova construtora, F5 News tentou contato com a assessoria de comunicação da Semasc, mas não obteve resultado.

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