Por Sílvio Oliveira

Movimento "Não Pago" promove ato nesta terça

O movimento “Não Pago” promete fazer uma grande passeata nesta terça-feira (7), partindo do Terminal da Rodoviária Luiz Garcez até o calçadão da rua João pessoa, onde farão um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus de R$ 2,25 para R$ 2,52, ou seja, um aumento de 12%. Um manifesto assinado por mais de 20 entidades, que compõem a Frente em Defesa do Transporte Público de Qualidade, circula pelas redes sociais e conclama a sociedade a se manifestar sobre o aumento da tarifa, considerada pelo movimento como abusiva e sem fundamento.

No dia 8, o movimento voltará a se reunir na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto de Sergipe (Sindisan), às 17h, para discutir o rumo da mobilização.

De acordo com Alex Pedrão, um dos líderes do movimento, a passeata tem o objetivo de mostrar a população que o aumento não tem fundamento, já que a decisão é tomada pelo Setransp, todos os anos pelo mesmo motivo, sem consultar e sem debater com a população. Segundo ele, também não há uma melhorar na qualidade do transporte.

Na última reunião da Frente ocorrido no Sindisan, Alex Pedrão voltou a falar sobre como acontece a decisão de aumento e alfinetou as negociações envolvendo a SMTT e o Setransp.  Segundo ele, os empresários do setor impõem um aumento, a SMTT confirma, a prefeitura fica refém e a população sofre. “A gente pergunta: qual é o papel da SMTT. É só fiscalizar? Todos os anos os empresários colocam o valor, a SMTT acata e a Prefeitura vira refém. Há 20 anos não há licitação. Será que o Ministério Público e os vereadores vão ficar calados? A SMTT teria que está do lado do povo”, questionou.

Alex Padrão ainda questionou o aumento da tarifa, já que a discussão é feita “dentro de gabinetes”, por um “pequeno grupo”, sem levar em consideração os anseios da sociedade.  “O aumento de 12% está acima da inflação e de todos os índices, sem nenhum argumento plausível para aumentar. Eles alegam que é por causa da gratuidade dos PM’s, dos idosos, dos Correios. É sempre alguém ou alguma coisa, mas nunca culpa dos empresários e da SMTT”, alfinetou.

O aumento da tarifa de 12% foi protocolado na Superintendência de Transporte e Trânsito de Aracaju pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransp) na terça-feira, 31.

O Movimento “Não pago”, entre outros itens de luta, discutem o congelamento da tarifa, e auditoria dos custos da planilha, o cumprimento do Art. 241§ 1º da Lei Orgânica Municipal, que estabelece que o reajuste deve ser dado a partir de votação na Câmara de Vereadores; a elaboração do projeto de licitação com a efetiva participação da sociedade civil; a participação da sociedade civil na discussão sobre o plano de mobilidade urbana;  a imediata substituição dos 205 ônibus com mais de 10 anos e reformas nos pontos de ônibus e terminais.

Leia manifesto em defesa do transporte público completo