Por Fernanda Araujo

Nova denúncia aponta superlotação nas Alas do Huse

A superlotação nas Alas do Hospital de Urgência de Sergipe não é novidade. Mas diante da nova denúncia, a qual o nome do denunciante foi mantido em sigilo pelo Ministério Público Estadual (MPE), a Promotoria de Saúde realizou audiência nesta sexta-feira (2) com o objetivo de esclarecer as reclamações e procurar solucionar os problemas. Conforme a denúncia, as Alas vermelha, amarela, azul e verde, estão superlotadas prejudicando o atendimento de outros pacientes que precisam, mas os leitos ficam sem funcionar.

A Coordenadoria do Núcleo de Gestão de Leitos e Vagas do Huse esclarece que esses problemas são frutos de demora de exames, visita médica e até mesmo da ausência de um responsável legal para providenciar a execução da alta. A médica Cátia Justo, que assumiu a Coordenadoria em agosto do ano passado, declara que outros problemas foram averiguados, mas que a prioridade é providenciar melhor assistência aos pacientes.

“Eu assumi a Coordenadoria recentemente e foi preciso fazer um diagnóstico de todas as alas existentes no hospital. Eu encontrei nas áreas críticas uma situação incompatível com a nova proposta administrativa em classificação de risco, gestão de leitos, de suprimentos, gestão de cuidados e outros. A gestão de leitos tem que se preocupar com o paciente certo, no lugar certo e no tempo certo, mas não é fácil. Nós mudamos o foco, priorizamos as condições dos pacientes”, justifica.

Para analisar as condições de assistência, Cátia informou que a Coordenadoria está em contato com o Núcleo de Regulação da Fundação, SAMU Estadual. Mantendo estreito o relacionamento com demais setores do hospital, além de realizar reuniões com hospitais do interior e com gerentes e coordenadores de enfermagem dos setores do Huse. “Eu via o descuido nos hospitais. Membro da família dando banho em paciente e enfermeiro sentado. Antes não tinha essa preocupação de saber por que razão o paciente ainda estava no leito. Por isso restauramos reuniões, com esse apoio agora está melhorando, mas ainda está longe da solução ideal”, contesta.

Para a promotora Euza Missano, a reunião foi proveitosa. “Estou satisfeita com o resultado da audiência de hoje, com as informações dadas. Agora precisamos discutir outras ações que deverão ser implementadas, mas que não dependem somente da gestão de leitos do Huse”.

Solução

Segundo Cátia Justo grande parte dos problemas seria resolvida com a informatização dos serviços através da criação de uma Central de Regulação de Leitos, onde a comunicação ocorreria de médico para médico de maneira eficiente. Concentrando informações online em tempo real das vagas em todos os hospitais da rede, transformando o processo mais hábil. A médica sugeriu também que a Central fosse coordenada pela Secretaria do Estado da Saúde, pois seria operada de forma imparcial.

Pela Coordenadoria foi instaurado o Censo Diário de Internamento do Huse para que tenha o total controle dos pacientes internados, com informações da sua locação e da assistência recebida, fato o qual não acontecia. Para melhor identificação dos pacientes, vem sendo restaurados os quadros de aviso de pacientes internados (CAMBAM), onde consta a origem do paciente, a data do internamento e a idade. Deverá ser implantado o Projeto de Visita Ampliada na Construção da Visita Aberta, no dia 7 de março, na qual o paciente terá a visita dos familiares das 9h às 18h, com direito a um visitante por 30 minutos.