O número de médicos que atuam em Sergipe cresceu 71% nos últimos dez anos, atingindo a marca de 5.802. São 2,6 profissionais a cada mil habitantes. Em 2014, eram cerca de 3.380 profissionais médicos. Os dados são da pesquisa Demografia Médica, divulgada pelo Conselho Federal de Medicina.

A proporção de médicos a cada mil sergipanos é inferior à média nacional, que é de 2,81.

O relatório aponta ainda que a idade média dos profissionais que atendem em Sergipe é de 44 anos, com cerca de 13 anos de formação em geral. Atualmente, a proporção entre homens e mulheres que atuam na medicina é praticamente igual no estado. Aracaju concentra quase 90% desses profissionais. 

Já o número de médicos especialistas supera o de generalistas, são 3.109 contra 2.693. 

Essa evolução acelerada no número de médicos, que acompanha uma tendência nacional, preocupa o Conselho Federal pelas suas implicações na formação dos profissionais e até na assistência oferecida à população.

“Observamos a criação indiscriminada de escolas médicas no País sem critérios técnicos mínimos, o que afeta a qualidade do preparo dos futuros profissionais da medicina. Outra questão a ser observada é que o aumento do número de médicos deve implicar também em melhores condições de trabalho e de estímulo para que a assistência ocorra da forma adequada”, afirmou o presidente do CFM, José Hiran Gallo, ao comentar a pesquisa.

Em outubro do ano passado, o Governo Federal definiu a quantidade de vagas de medicina que podem ser abertas em todo o país. Em 2018, a abertura de novas faculdades de medicina tinha sido congelada por cinco anos no Brasil.

Para a abertura de novos cursos de graduação médica, o governo estabeleceu uma série de critérios às faculdades, dentre eles,  a exigência de contrapartida ao Sistema Único de Saúde (SUS) e o compromisso do gestor local de saúde em oferecer à instituição estrutura de serviço necessário.

Brasil 

Desde o início da década de 1990, no Brasil, a quantidade de médicos mais que quadruplicou, passando de 131.278 profissionais para o número atual, de 575.930 médicos.

Atualmente, cerca de 35 mil estudantes concluem o curso de medicina e entram no mercado de trabalho. Nos próximos anos, esse número deve ultrapassar os 40 mil egressos, com as primeiras turmas das escolas abertas ultimamente sendo graduadas.

“Um dos problemas é que não há previsão de se estancar esse volume. Apesar de ser contraditório, há chances de que a assistência enfrente graves problemas, como a falta de resolubilidade dos profissionais, que terão uma formação deficitária, e o próprio encarecimento dos custos assistências, pelo aumento na demanda por exames de diagnóstico e outros procedimentos”, diz José Hiran Gallo.