Paratleta quer chegar às Paraolimpíadas, mas falta patrocínio
Cotidiano 20/06/2012 15h00 |Por Sílvio Oliveira
“Pode registrar: vou ser o primeiro paratleta a competir por Sergipe nas Paraolimpíadas”. Foi com essa afirmação que o paratleta Ulisses Freitas (32) finalizou uma entrevista concedida ao F5 News, antes de embarcar nesta quinta-feira (21) para participar da Copa Brasil de Ciclismo Paraolímpico, na cidade de Peruíbe (SP).
A competição reunirá cerca de 30 competidores de todo o país, na qualidade de seletiva para as Paraolimpíadas de Londres. Dividida em três etapas, a primeira será no período de 22 a 24 de junho, a segunda em Santa Catarina, no mês de outubro, e a terceira e última em Brasília, no mês de novembro.
Ulisses Freitas treina há seis meses para a prova e, das terças aos sábados, percorre com a cadeira de corrida adaptada, tipo handbike, mais de 42 km, entre idas e voltas do centro de Aracaju até a praia de Atalaia.
O paratleta destaca que o principal empecilho é a falta de patrocínio. Sem esse apoio, ele ainda não conseguiu comprar uma handbike de alumínio. “Venho competindo com essa cadeira de corrida de ferro. É pesada e qualquer coisa eu caio. Nem precisava ser de fibra de carbono. Bastava ser de alumínio. Não perderia para ninguém do Brasil”, afirma.
O competidor reclama que não recebe o Bolsa Atleta da Secretaria Municipal de Esporte. Por ser o primeiro cadeirante a completar a Maratona Cidade de Aracaju, afirma que lhe foram prometidas passagens áreas para as principais competições nacionais, mas nunca conseguiu o prometido. “Recebi um não da Secretaria Municipal de Esporte. Se não fosse a Secretaria Estadual, não iria competir neste final de semana”.
Como divide a residência entre Sergipe e Bahia, Ulisses diz já ter sido convidado pelo Estado vizinho para competir por lá. Mas o que lhe fez titubear em deixar Sergipe foi mesmo o convite de São Paulo para receber uma bolsa de mais de R$ 1.800. A esposa e o filho pesaram em favor da permanência em terras sergipanas. “Se não tivesse família, estaria jogando basquete lá. Todos os estados querem manter seus paratletas porque é novidade. Vem aí competições internacionais aqui no Brasil”, destaca.
Freitas diz gastar cerca de R$ 600 com suplementos alimentar, academia duas vezes por semana, manutenção da cadeira adaptada, entre outros objetos e atividades que precisam ser mantidos para ajudar no desempenho. Os gastos são totalmente custeados por ele, sem nenhum patrocínio.
Perguntado se essa falta de apoio o faz desanimar, a resposta é não. Por conta do otimismo e da garra, Ulisses Freitas ficou em sétimo lugar entre os 27 melhores da categoria na Meia Maratona do Estado de São Paulo, realizada no dia 15 de abril. “Só não briguei pelo segundo ou terceiro lugares porque a minha cadeira é pesada e pensei que era uma curva e cai. Tive que fazer uma corrida de recuperação, mas era para ter ficado melhor”, ressalta.
Acidente
Ulisses Freitas é policial militar reformado na Bahia e iniciou a carreira de atleta no basquete, mas é na modalidade de handcycle que está se firmando como esportista. “Vi no atletismo uma forma de conquista”, destaca, ao lembrar que em agosto de 2008, um acidente de automóvel na BA 220, partindo de Paulo Afonso para Paripiranga, vitimou fatalmente seu irmão e o deixou numa cadeira de rodas. “Passei 11 meses no hospital e fiz mais de 20 cirurgias. Tive alta no dia 28 de novembro de 2009, quase um ano hospitalizado. Não desistirei. Minha meta é a o Parapan 2015 e a Paraolimpíada 2016”, antecipa.
Fotos: Sílvio Oliveira


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