A crescente sofisticação dos criminosos cibernéticos tem gerado uma variedade de armadilhas na internet, com o objetivo de atingir computadores e dispositivos de informática em busca de ganhos financeiros ilícitos. 

O número de ataques cibernéticos tem aumentado significativamente nos últimos anos. De acordo com um relatório da NortonLifeLock, em 2022, foram registrados 622 bilhões de ataques cibernéticos em todo mundo, um aumento de 10% em relação ao ano anterior.

Investimentos promissores e ofertas de compra em valores exorbitantes em cartões de crédito são apenas alguns dos golpes comuns. Para evitar cair nesses tipos de golpes, a prevenção é crucial, conforme destacou a delegada Maria Pureza, da Delegacia Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) de Sergipe.

"A prevenção, na verdade, é a forma mais eficaz para se proteger do crime cibernético. Esteja sempre com as atualizações de software [como o sistema operacional Windows, Android, iOS, Mac OS], além de estar com um antivírus forte e atual," recomendou a delegada.

A delegada enfatiza a importância de utilizar senhas que não sejam facilmente acessíveis aos golpistas. "Esteja sempre com senhas fortes para evitar que sejam quebradas. E sempre procure não clicar em links que recebe por e-mails e mensagens. Esses cliques podem permitir a instalação de vírus no seu celular ou computador," acrescentou.

É crucial que, caso seja vítima de um crime cibernético, a pessoa faça uma denúncia o mais rápido possível. "Em casos de fraude bancária, a vítima deve entrar em contato com o banco. Se ela possui o aplicativo do banco, deve deliberadamente inserir a senha errada no aplicativo para que ele seja bloqueado. Em seguida, a vítima deve ir ao banco para trocar as credenciais e, posteriormente, procurar uma delegacia para registrar a ocorrência," aconselhou Maria Pureza.

A delegada enfatizou que ofertas que parecem ser muito boas geralmente são indícios de crimes. "Não existe almoço grátis, ou seja, essas promessas de altíssima rentabilidade em investimentos ou PIX, com sites patrocinados que levam a conversas no WhatsApp, não são seguras. São indícios de golpes. Para se proteger, não acredite em vantagens que estão fora da realidade e não compartilhe informações em redes sociais," recomendou.

Com a promulgação da Lei nº 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, novos elementos podem contribuir para investigações de crimes na internet. "Os prints podem ser utilizados como prova, mas existem requisitos que devem ser seguidos desde a coleta do print até sua custódia e manuseio. O print deve ser validado para garantir que não tenha sido adulterado," ressaltou Maria Pureza.

Para validar o print, a vítima pode comparecer a uma delegacia ou a um cartório. "Na presença do escrivão, que possui fé pública, mostre o celular, o notebook ou o e-mail. O escrivão coletará essas informações e certificará que os dados são verdadeiros. A vítima também pode ir a um cartório, onde o tabelião, que também tem fé pública, emitirá uma ata notarial, ratificando as informações," explicou a delegada.

É fundamental que as vítimas de crimes cibernéticos busquem uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência. As informações fornecidas pelas vítimas possibilitam que a Polícia Civil inicie investigações que podem levar à identificação e prisão dos criminosos. Informações e denúncias também podem ser repassadas de forma sigilosa através do Disque-Denúncia (181).

Com informações da SSP.