Psicopedagoga de Sergipe fala sobre educação sexual nas escolas | F5 News - Sergipe Atualizado

Entrevista
Psicopedagoga de Sergipe fala sobre educação sexual nas escolas
Nívea Oliveira condiciona eficácia do Programa Saúde na Escola ao trabalho em equipe
Cotidiano | Por F5 News 19/08/2023 08h00 |


Sergipe deve retomar na educação pública brasileira temáticas como saúde sexual e reprodutiva, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e a promoção da cultura de paz e direitos humanos nas escolas. 

Conforme noticiado pelo F5 News, o Ministério da Saúde publicou uma portaria que destina R$ 90,3 milhões para os municípios que aderiram ao Programa Saúde na Escola (PSE). Em Sergipe, 75 municípios vão receber, somados, pouco mais de R$ 1,3 milhão para desenvolver políticas de saúde e educação voltadas às crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação básica pública.

O programa alcançou recorde histórico de adesões, com 99% das cidades brasileiras habilitadas ao recebimento do recurso. A previsão é que mais de 25 milhões de estudantes sejam assistidos em todo o país.

F5 News conversou com a psicopedagoga sergipana Nívea Oliveira sobre o assunto, confira:

F5 News - Como a psicopedagogia pode contribuir para o desenvolvimento de políticas de saúde e educação nas escolas contempladas pelo Programa Saúde na Escola (PSE)?

Nívea Oliveira: Podemos contribuir frente ao projeto político pedagógico (PPP) desempenhando um papel investigativo junto aos fatores que impulsionam a participação do corpo docente, incentivando a busca de projetos que promovam a participação ativa escolar, bem como a família, a comunidade e a unidade básica de saúde, para que se encontre alternativas que viabilizem caminhos que possam desenvolver a aprendizagem dos discentes. No contexto educacional atual, transformar a escola pública em um ambiente democrático e aberto à inovação ainda é um grande desafio.

F5 News - Diante do retomar de temáticas como saúde sexual e reprodutiva, como a psicopedagogia pode auxiliar na abordagem desses assuntos de forma sensível e adequada às faixas etárias dos estudantes?

Nívea - Nesse processo de aprendizagem, deve-se primeiramente ter o cuidado de verificação da faixa etária e de como será feita essa abordagem, seja ela individual ou em grupo, para que a mensagem seja bem compreendida e desenvolvida, já que, na maioria dos casos, não se tem uma base familiar sobre a orientação sexual, seus prazeres e consequências.

Acredito que seja de grande importância trabalhar tais temas para que de fato os discentes possam ter informações verídicas, uma vez que as mídias e redes sociais expõem [o assunto] de forma negligente e inculta.

F5 News - Quais estratégias a psicopedagogia pode utilizar para promover a cultura de paz e os direitos humanos nas escolas envolvidas no programa?

Nívea - Como psicopedagogos, trabalhamos na investigação e prevenção de tudo o que está à frente das dificuldades e necessidades dos alunos. Estrategicamente, usamos de comunicação como principal elo para se desenvolver projetos que viabilizem a escuta, a empatia, a conscientização da comunidade como um todo (escola, família e sociedade), a tolerância e a convivência, entre outros temas. Desta forma, podemos desenvolver um ambiente democrático e socialmente igualitário quanto ao comportamento e respeito para com o outro. 

F5 News - Como a psicopedagogia pode contribuir para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e outras questões de saúde abordadas pelo PSE?

Nívea - Acredito que seja de grande importância trabalhar tais temas para que, de fato, os discentes possam ter informações verídicas, uma vez que as mídias e redes sociais expõem de forma negligente e inculta, além de [os estudantes] não terem uma base familiar sobre a orientação sexual.

F5 News - Considerando a alta adesão ao programa, quais desafios a psicopedagogia pode enfrentar ao atender um grande número de estudantes, buscando garantir a efetividade das ações propostas?

Nívea - O primeiro e maior desafio somos nós, psicopedagogos, estarmos presentes nas escolas públicas para podermos auxiliar na prevenção. Não podemos negar que esse déficit, ainda com toda a política de inclusão, seja tão notório nas redes públicas de ensino. Mas, quanto à demanda dos atendimentos, acredito que o trabalho em equipe ainda seja o maior diferencial para se atingir os melhores resultados possíveis.

F5 News - Você acredita que o Programa Saúde na Escola pode ser eficaz?

Nívea - Acredito que, se for trabalhar em equipe, sim. Pois não adianta o governo federal investir em um projeto que viabilize o ensino-aprendizagem de alunos da rede pública, se o município e os demais órgãos envolvidos não participarem ativamente para que, de fato, as ações sejam desenvolvidas e tenhamos os melhores resultados possíveis.

Edição de texto: Monica Pinto
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