Por Fernanda Araujo

Secretarias estaduais realizam Seminário para Pessoas com Deficiência

No mundo, pessoas com deficiência ainda são vítimas de preconceito e exclusão social. Esta também é a realidade de 518 mil pessoas no estado de Sergipe, segundo o último Censo de 2000. São 25,09% da população sergipana em geral que lidam com a falta de educação especializada, falta de acessibilidade, saúde inadequada, entre outros fatores.

As palavras-chaves para transformar esse cenário são autonomia, oportunidade, convivência e inclusão. Esse é o desejo de todos os deficientes. Por isso, a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania (Sedhuc), em parceria com as secretarias estaduais de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social; do Desenvolvimento Urbano; da Educação; e da Saúde, realizaram o Seminário de Sensibilização de Cuidado da Pessoa com Deficiência nesta terça-feira (9), com o tema ‘Ampliando o Olhar’ para gestores e técnicos das Secretarias estaduais e municipais. Foi divulgado o Plano Viver Sem Limite do Governo Federal, que trata de políticas públicas voltadas para esse público.

“Sempre foi importante termos esse olhar para as pessoas com deficiência, mas, agora, diante desse plano e da política das pessoas com deficiência, está mais em evidência. A intenção é que as pessoas saiam desse sentimento de exclusão para a inclusão. É na inclusão que as pessoas têm que aprender a lidar com os cuidados específicos às pessoas com deficiência e conhecer a deficiência. Esse é o objetivo do seminário, que a gente faça uma sensibilização dos profissionais que atuam diretamente com esse público”, explica a Raquel Pacagnella, coordenadora da Sedhuc.

Atualmente, no Brasil, 45 milhões de pessoas declaram possuir algum tipo de deficiência, segundo o Censo IBGE/2010. O Viver Sem Limites tem a proposta de articular políticas governamentais de acesso à educação, inclusão social, atenção à saúde e acessibilidade como: priorizar matrículas no Pronatec, instalar salas e núcleos de acessibilidade nas instituições federais, bolsas de estudo, educação bilíngue, residências inclusivas, centros tecnológicos, cães-guia, qualificação de equipes de saúde e transporte acessível, entre outros aspectos.

Lançado em 2011 e já atuante em alguns estados brasileiros, o plano prevê investimento total no valor de R$ 7,6 bilhões até 2014.

Para a presidente Jane Rocha, do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, para que o Viver Sem Limites seja eficiente é preciso transcender a sensibilização. "É preciso efetivação das políticas públicas de inclusão, não só no setor da saúde, como também na educação, esporte e lazer que as pessoas esquecem e a questão da sexualidade que precisa ser respeitada”, defende.

Segundo ela, um processo que depende não só do gestor, mas também que cada cidadão cumpra seu papel, sobretudo no controle social. "Incluir não só deficientes como também pessoas com mobilidade reduzida. Se tem a palavra inclusão é porque a exclusão existe”.

De acordo com a Sedhuc, Sergipe está em fase de adesão ao Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver Sem Limite. “Já era pra ter feito, mas teve uns problemas com as agendas da ministra Maria do Rosário e do governador e o evento da assinatura do plano foi adiado. Mas vai acontecer”, promete Raquel.

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República divulgou em agosto o balanço oficial do plano. Segundo a ministra a avaliação foi positiva. Veja o balanço no site www.pessoacomdeficiencia.gov.br.  E também conheça o Viver Sem Limites no site http://portal.sdh.gov.br/destaques/viver-sem-limite/view.