Sintufs denuncia crise financeira na UFS e alerta para risco de paralisação
Universidade acumula dívidas, atrasa salários de terceirizados e pode suspender atividades por falta de repasses do MEC Cotidiano | Por F5 News 30/05/2025 16h29 - Atualizado em 30/05/2025 16h45 |O Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Sergipe (Sintufs) denunciou, por meio de nota pública, uma crise financeira enfrentada pela instituição. Segundo o sindicato, a UFS vive um cenário de colapso devido à falta de repasses orçamentários do Ministério da Educação (MEC). A situação ameaça o funcionamento da universidade e compromete diretamente serviços essenciais, pesquisas e o atendimento à população sergipana.
De acordo com o Sintufs, apesar das promessas feitas pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em reunião realizada no último dia 27 em Brasília, de que os repasses de custeio referentes ao período de janeiro a maio seriam regularizados, nenhuma verba foi enviada até agora. “O que se vê nas universidades e institutos federais de todo o país, inclusive na UFS, é um cenário de colapso”, afirma o sindicato.
Ainda de acordo com o sindicato, a gravidade da situação foi confirmada pelo reitor da UFS, André Maurício, durante reunião com a coordenação do sindicato nesta última terça-feira (28). Segundo ele, a instituição enfrenta dificuldades para arcar com despesas básicas. Contratos com empresas terceirizadas estão sendo pagos com atraso, fornecedores deixaram de receber, e a universidade chegou a acumular dívidas com a concessionária de energia elétrica, que chegou a enviar equipe para realizar o corte no fornecimento.
O pró-reitor de Administração da UFS também havia reconhecido o quadro crítico em atividade recente com o sindicato. De acordo com o Sintufs, a falta de recursos compromete diretamente o pagamento de salários e benefícios de trabalhadores terceirizados, como auxílio-alimentação e auxílio-transporte. Além disso, o sindicato afirma ter recebido diversas denúncias de práticas de assédio moral contra esses profissionais, agravadas pela precarização das condições de trabalho.
A nota afirma que a estrutura física da universidade também sofre os impactos. Veículos estão parados por falta de manutenção, prédios apresentam infiltrações, faltam materiais de limpeza e o funcionamento de laboratórios está comprometido.
Sem repasse financeiro em maio e sem previsão de regularização, a UFS está operando no limite. O Sintufs alerta que, caso a situação persista, a universidade poderá ser forçada a suspender suas atividades. “O fechamento da UFS significaria um enorme prejuízo para toda a sociedade sergipana, com impacto direto no atendimento à população nos hospitais universitários, na suspensão de pesquisas essenciais para o desenvolvimento regional e na interrupção da formação de milhares de estudantes”, destaca a nota.
O sindicato reforça que a crise não é um caso isolado. Instituições federais de ensino em todo o país enfrentam dificuldades semelhantes, algumas já operando com orçamento contingenciado desde o início do ano. O Sintufs cobra medidas urgentes do governo federal e convoca a comunidade universitária, movimentos sociais e a sociedade sergipana a se mobilizarem em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade.
O F5 News entrou em contato com a universidade em busca de um posicionamento, mas, até o momento, não recebeu resposta.





