O jovem João Antônio, 23 anos, torcedor do Confiança, passou por um momento de constrangimento durante a final do Campeonato Sergipano, disputada na tarde do último sábado (13), na Arena Batistão, em Aracaju, Sergipe. Isso porque João foi conduzido pela Polícia Militar após uma possível falha na ferramenta de reconhecimento facial utilizada para a segurança do evento esportivo.

Reprodução Redes Sociais

A cena foi registrada em vídeo por outros torcedores e publicada nas redes sociais. É possível ver o momento em que João desce as escadas das arquibancadas acompanhado pelos policiais. Contudo, ao chegar na sala para verificação, a suspeita de que ele teria um mandado de prisão em aberto não se confirmou. O torcedor não era a pessoa que o sistema identificara. 

Em entrevista à Rádio Fan FM, João Antônio relembrou o momento. "Os policiais vieram e eu pensei que não seria comigo. Mas um deles já segurou a minha mão e disse para eu colaborar, que iria descer com eles. Com a mão para trás, desci. Com todo mundo me olhando, com cinco policiais me acompanhando. Eu totalmente constrangido, tentando olhar para baixo pois não sabia como reagir", contou. 

Também em entrevista à Fan, o advogado João Gabriel, que faz a defesa do torcedor, informou que todas as medidas administrativas e judiciais serão tomadas a partir de agora. "Há uma situação de constrangimento absurdo e não havia motivo de justa causa para essa abordagem", assegurou. 

Procurado pela Reportagem do Portal F5 News, o porta-voz da Polícia Militar, Ten. Coronel J. Luiz, disse que a ferramenta de reconhecimento facial trabalha com percentual - no caso de João Antônio, a tecnologia o havia identificado com 95% de chances de ser a pessoa procurada, com mandado de prisão em aberto. Seguiu-se então o procedimento para averiguação, que não se confirmou.

"Pedimos as desculpas. Foi agradecida, inclusive a colaboração dele, que foi recolocado novamente na arquibancada, no local onde estava assistindo o jogo", disse J. Luiz. Apesar da situação, o porta-voz da PM disse não se tratar de um erro da tecnologia. "Não chamaria de erro do sistema, por que se houvesse erro ele estaria preso, inocentemente. A gente segue um protocolo, o programa nos indica o percentual de certeza", assegurou. 

Como exemplo da importância desse instrumento, o Tenente Coronel destacou a prisão realizada no mesmo dia, na torcida do Sergipe. "O programa nos deu nesse caso 97% de certeza. Fomos até o local e conduzimos o suspeito até a sala onde temos tecnologia para fazer o reconhecimento de todas as pessoas que ali estiverem. E foi realmente confirmado que havia um mandado de prisão em aberto e ele foi conduzido para a delegacia, preso em flagrante", revelou.

"Foi feito o protocolo, um foi confirmado e preso e o outro, que não possuía mandado, foi liberado. Nós temos que melhorar as melhorias para aumentar o máximo a certeza, do protocolo de abordagem, tudo isso pode ser feitas melhorias, mas a gente reconhecimento que o reconhecimento facial é uma tecnologia que agrega muito à segurança pública", completou J. Luiz.

Confira o momento em que o torcedor é conduzido:

 

 

 

 

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