Fazer trilhas é uma experiência cada vez mais buscada por quem ama natureza, aventura e bem-estar. No entanto, o que muitos ainda ignoram é que a atividade exige cuidados básicos e essenciais para garantir uma jornada segura e tranquila. Em entrevista ao portal F5 News, Alex Moura, de 54 anos, guia de turismo com credenciamento regional, nacional e para a América do Sul, compartilhou orientações para quem deseja explorar trilhas com segurança em Sergipe. Ele atua na agência Destino Aventura, especializada em roteiros ecológicos no estado.

Alex Moura

Segundo Alex, a escolha das roupas e acessórios corretos é o primeiro passo para uma trilha segura e confortável. “O ideal é que a pessoa use botas ou tênis apropriados para trilha, meia alta ou meião para proteger as pernas e roupas que ofereçam conforto e proteção”, orienta. Para os homens, a recomendação é o uso de calças do tipo tactel; para as mulheres, calça legging. Já na parte superior, camisas com proteção UV são as mais indicadas. Outros itens indispensáveis são chapéu, óculos escuros e bastão de trilha. 

Alex Moura

Mesmo que Sergipe não possua áreas de trilha com grande risco por conta do clima, a recomendação da agência é sempre verificar a previsão do tempo antes da atividade. “Isso ajuda na preparação. Se for no período de inverno, por exemplo, sempre orientamos levar uma capa de chuva. Mesmo que a trilha não seja cancelada, é importante manter o conforto durante o percurso”, explicou.

O alerta mais reforçado por Alex é simples, mas essencial: nunca faça trilha sozinho. Ele destaca que o papel dos guias vai muito além de indicar o caminho. “Um guia conhece a área, sabe dos riscos, entende a fauna local e sabe como reagir a qualquer situação, como o encontro com cobras ou outros animais peçonhentos”, enfatiza. Além disso, o profissional tem noção dos pontos críticos da trilha e mantém o grupo em segurança durante todo o trajeto. “Muita gente acha que, por conhecer a trilha ou ir com amigos, está tudo certo. Mas só o guia tem a experiência necessária para garantir que o passeio ocorra com tranquilidade”, completa.

Para garantir total cobertura durante o percurso, a Destino Aventura segue uma logística rígida: um guia para cada sete participantes. “Independente do número, sempre trabalhamos com dois guias, um na frente e outro fechando o grupo. A cada sete pessoas, adicionamos mais um guia”, explica Alex. Esse cuidado ajuda a evitar que alguém fique para trás sem ser notado. “Nunca tivemos nenhum caso de desaparecimento. Esse controle e a presença dos guias em pontos estratégicos garantem a segurança de todos”, afirmou.

Embora não seja comum o encontro com animais selvagens em trilhas sergipanas, é possível sim cruzar com cobras, escorpiões e aranhas. Por isso, a orientação é clara: seguir sempre atrás do guia. “Antes de sentar, o trilheiro deve olhar onde está colocando a mão, evitar encostar em árvores e nunca se afastar do grupo”, alerta Alex. Outra dica importante é avisar o guia antes de se afastar para qualquer necessidade. “É comum alguém querer ir ao banheiro no meio do caminho, mas é importante que o guia vá antes verificar se o local está seguro. Isso evita acidentes”, reforça.

Outro ponto destacado por Alex é a importância de conhecer o nível de dificuldade da trilha antes de iniciar o percurso. A Destino Aventura classifica suas trilhas com base em três critérios: quilometragem, obstáculos e tempo de caminhada. “A trilha leve é aquela mais curta, sem obstáculos. Já a difícil tem longos percursos e muitos desafios”, detalha. A agência também usa uma escala de 1 a 10 para indicar o grau de dificuldade de cada trajeto, o que ajuda os clientes a se prepararem adequadamente.