Os sons da sanfona, da zabumba e do triângulo pediram espaço e voltaram a tocar na Orla de Atalaia, em Aracaju, na noite do último sábado, 24, com a realização do II Alumiar – Festival de Novas Composições de Forró. O projeto que foi pioneiro em sua primeira edição, realizada em 2011, voltou este ano com um novo gás, trazendo jovens músicos, e canções inéditas para o público sergipano.

Foi dada a largada no II Alumiar: Novas composições de forró

Realizado pelo Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura, com apoio da ‘Palco Music Store’ e Fundação Aperipê, o Alumiar conta com 24 semifinalistas, que foram selecionados através de edital. A cada noite oito concorrentes disputam três vagas para a final, que acontecerá no dia 15 de dezembro. Os músicos serão premiados em cinco categorias. São elas: melhor música de forró, melhor música de forró instrumental, melhor música inovadora de forró, melhor intérprete de forró e melhor instrumentista de forró.

Segundo a secretária de Estado da Cultura, Eloisa Galdino, é com muita alegria que a Secult dá a largada para o segundo Alumiar, um festival que descortina a música de forró em Sergipe e mostra os novos talentos locais para o mundo. “Com este festival temos descoberto compositores incríveis e músicas maravilhosas que são feitas aqui em Sergipe e que precisam de espaço para se  mostrarem para o mundo. É isso que pretendemos com este festival, e ficamos muito felizes em ver que mais uma vez a receptividade do público e dos músicos está sendo tão boa”, frisou.

Alegria entre os artistas

Entre os músicos que se apresentaram na primeira noite do evento estavam jovens cantores, mas também alguns veteranos no forró local. Foram eles a banda  Balança Eu, Bantônio Melo, Bondenós, grupo Bertnek Dória Aragão, Heitor Mendonça, Róger Kblera, Edson Costa, e Luciano Rocha e Quinteto Sanfonado.  

Para o cantor Roger Kblera, que cantou a música ‘Nordestinaracajuano’ e que está no forró a aproximadamente 15 anos, foi muito gratificante se apresentar no festival que é um verdadeiro caça talentos do forró local. “O projeto é uma ótima oportunidade de mostrar um trabalho que geralmente fica na gaveta. Do artista sergipano cantar suas composições e mostrar que Sergipe também tem força nessa área”, afirmou.

Já para o músico Heitor Mendonça, que concorreu com a música ‘Forró dos Vagalumes’, o Alumiar é um projeto fundamental para a cultura sergipana. “Ele ajuda a desenvolver a marca do Estado, que é o forró, e revela novos talentos nessa área. Por isso acredito na sua proposta e na sua continuidade para o fortalecimento da cultura no Estado”, completou.

Público comemora

O público que passava pelo local também comemorou a iniciativa, e dançou muito ao som do forró tipicamente sergipano. O comerciante João Gonzaga de Sousa era uma dessas pessoas. Acompanhado da família, ele aproveitava a noite de sábado ouvindo o que mais gosta: forró. “Uma surpresa muito boa chegar a orla e me deparar com esse ‘forrozinho’. Gostei muito”, comemorou.

Quem também aprovou a iniciativa foi a psicóloga Fernanda de Oliveira. Ela que foi a Orla especialmente para ver o Alumiar, acredita no potencial do evento. “Acho que a proposta é muito interessante e acredito que deveria haver mais festivais assim para estimular esse montão de gente nova que temos por aí e que não tem oportunidade de mostrar seu trabalho”, disse.

Em todos os cantos do evento, era possível ver casais animados, curtindo a noite de sábado ao som do forró sergipano. O casal carioca Sílvia e Carlos Pontes, por exemplo, eram dos mais animados. Eles que estavam de passagem pela Orla, ficaram deslumbrados com a beleza do evento.

“Estávamos passando e vimos essas bandas aqui, tocando, e de graça. Ficamos impressionados, pois lá no Rio tem muitos festivais, mas todos são pagos. É muito legal que haja um projeto assim, afinal foi de apresentações semelhantes a essa que grandes artistas brasileiros como Zezé de Camargo e Luciano e o próprio Luiz Gonzaga foram descobertos”, lembrou Carlos. “Vou levar essa ideia desse projeto para a Secretaria de Cultura do Rio”, disse Sílvia, que é funcionária pública municipal.

Selecionados

Na primeira noite de seletivas foram selecionados os músicos Heitor Mendonça, com a música ‘Forró dos Vagalumes’, a banda Balança Eu, com a música ‘Açuçena’ e o grupo Bondenós, com a música ‘Bonito’.

No próximo sábado, 01,  oito artistas disputam mais três vagas. São eles: Banda Kaô Nativo - Música ‘Espera’; Beto Carvalho - Música ‘Brasil Poeta’; Banzo Lundu - Música ‘Forró do Dengo’; Moskito - Música ‘Lembrando Gonzaga’; Fogo no Beco - Música ‘Na Bula do Tango’; Simone Andrade - Música ‘Retratos do Nordeste’; Antenor Nunes - Música ‘Como é Bonito Amanhecer o Dia’; Tal Junior - Música ‘Ao Mestre, Luiz Gonzaga’. As apresentações acontecem sempre às 20h.