Por Fernanda Araujo

“O Forró Caju está muito bom, a quadrilha está muito bonita. Eu acompanho há muito tempo, é uma quadrilha dos idosos, mas é das melhores. Isso é resgatar a cultura de Sergipe, eu não só gosto de ver como venho todos os dias dançar, eu boto pra quebrar”, foi com essa alegria que  Geraldo dos Santos (foto abaixo) observava junto com os amigos o Grupo Cultural Dança Peneirou Xerém que dançava no Casarão da Clemilda, no quarto dia de festa do Forró Caju 2014, neste sábado (21).

A quadrilha existe há 25 anos, idealizada pela professora Josefa e tem há dois anos como coreógrafo Eloy Filho. Peneirou Xerém é um grupo sem fins lucrativos, criado em 01 de junho de 1989, num Curso de Terapia Ocupacional realizado na comunidade do bairro Castelo Branco, em Aracaju (SE). O objetivo foi reintegrar essas pessoas à sociedade e o resgate da cultura, além de sensibilizar e informar através da dança e da música. São 36 mulheres e apenas dois homens, todos na faixa etária de 40 a 87 anos, mas com a disposição de fazer inveja a muitos jovens.

“Para a gente é uma satisfação estar no Forró Caju mais uma vez, a gente agradece muito o apoio e carinho do prefeito, de estarmos mostrando essa manifestação através da experiência das meninas”, diz Simone Souza, responsável pela quadrilha.

 

José Augusto Nunes (foto ao lado), de 65 anos, participa há nove anos da quadrilha vestido de cangaceiro juntamente com a esposa Edjanete Freire Nunes, de 62 anos, como Maria Bonita (foto abaixo). Para ele a quadrilha é uma descontração e funciona como um antidoto antiestresse para as pessoas de idade mais elevada. “Eu acho muito importante a gente vir mostrar o nosso trabalho. Só o Forró Caju traz alegria para o povo, e nós fazemos parte dessa alegria e estamos passando aos demais presentes. No meio de tantas mulheres isso é muito bom porque é um harém que nós temos, mas temos todo o respeito com elas. É muita alegria e muita paz no coração”.

“Participar no meio de tantas amigas é tudo de bom porque aqui é onde a gente traz alegria para o povo que está nos assistindo e é um lazer para a gente. Com certeza nos valoriza mais, eu me sinto jovem”, completa Edjanete.

O ‘Peneirou Xerém’, foi batizado dessa forma em homenagem ao rei do baião, Luiz Gonzaga. O cotidiano na roça, o cultivo do milho e as lendas do sertão inspiravam as melodias que, segundo elas, contam a própria história do S

ão João sergipano. Tem como símbolo a Peneira. A quadrilha não parou apenas em Sergipe, já representou Sergipe em diversos eventos culturais na Bahia, Pernambuco, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outros estados e cidades.

Do outro lado da praça do Mercado Municipal a festa continuava no Palco Gerson Filho, com as bandas Cebolinha e Forró Bis; Pho do Forró; Sílvio Rocha, entre outros artistas. Turistas também participaram e gostaram do evento. Dilson Mendonça costuma trazer amigos cariocas para visitar Aracaju. “Eu nasci em Aracaju, mas sai em 1982 e há 11 anos que venho com o grupo. Para mim trazê-los é uma felicidade, são sempre pessoas novas, todo mundo gosta, Aracaju é bom demais, e nunca tive reclamação, todo mundo adora. A turma gosta de ouvir o forró, um estilo diferente, e os passeios dentro e fora da cidade também. Vamos ainda para o Xingó”, afirma.

A carioca Mariana Cunha (foto ao lado) também gostou da cidade. “Chegamos sexta-feira ficamos na praia de Atalaia e agora viemos para o Forró Caju. É a primeira vez que venho. Gosto do estilo do forró e acho divertido, não sou boa na dança, mas gosto de assistir. Pretendo voltar mais vezes, desde sempre é uma boa parada”, comemora.