Aracaju gasta 35 vezes mais que arrecada na Zona de Expansão
Prefeitura aponta déficit anual de R$ 120 milhões em área disputada com São Cristóvão Política | Por F5News 24/09/2025 07h00 |A Prefeitura de Aracaju apresentou dados que expõem o desequilíbrio financeiro da gestão municipal na Zona de Expansão, território em disputa com São Cristóvão. Enquanto a arrecadação anual na região gira em torno de R$ 3,5 milhões, a manutenção dos serviços básicos consome aproximadamente R$ 124 milhões, que resulta num déficit superior a R$ 120 milhões por ano.
As informações foram divulgadas durante audiência pública realizada na última sexta-feira (19), no bairro Mosqueiro. A prefeita Emília Corrêa (PL) reforçou que os números comprovam a atuação histórica do município. “Não vamos desistir. Esta luta não é apenas da gestão, é de toda a cidade. Os registros, os serviços e o povo da Zona de Expansão estão ligados à identidade de Aracaju”, afirmou.
De acordo com a administração, a região concentra cerca de 30 mil habitantes e abriga 17 escolas, quatro unidades de saúde, infraestrutura de drenagem, pavimentação e iluminação. No campo educacional, são atendidos 7.492 alunos, com custo mensal de R$ 11,8 milhões. Estão previstas ainda quatro novas escolas e a ampliação de uma unidade, com 1.148 vagas adicionais.
Na saúde, três Unidades de Saúde da Família atendem 32.837 pessoas, com investimento mensal de R$ 674 mil. Já na assistência social, a prefeitura mantém seis equipamentos e auxílios para 653 famílias, com gasto mensal superior a R$ 100 mil.
A Guarda Municipal atua com patrulhamento, videomonitoramento por 182 câmeras e ações da Patrulha Maria da Penha. No campo ambiental, já foram aplicados mais de R$ 1 milhão em ações como o programa Aju Animal e plantio de árvores. Somente em 2025, os serviços urbanos custaram R$ 10,6 milhões, entre limpeza, roçagem, podas e manutenção das praias.
A prefeitura ainda executa obras estruturantes por meio do programa Aracaju Cidade do Futuro, que prevê R$ 165 milhões em investimentos em Mosqueiro e Areia Branca, financiados em parte por empréstimo internacional.
Na esfera jurídica, a Procuradoria-Geral do Município ingressou com Ação Rescisória no TRF-5 para reverter decisões que desconsideraram mais de sete décadas de atuação de Aracaju na área. A gestão também avalia a possibilidade de propor uma ADPF no Supremo Tribunal Federal e acompanha a tramitação de projeto no Congresso que regulamenta conflitos de limites entre municípios.





