Candidatos a prefeito terão quase 140 mil votos para conquistar em Aracaju | F5 News - Sergipe Atualizado

Candidatos a prefeito terão quase 140 mil votos para conquistar em Aracaju
Especialistas acreditam que votos inválidos refletem insatisfação do eleitor e não devem influenciar no segundo turno porque retiram legitimidade do sistema político..
Política 04/10/2016 13h15 |


Por Will Rodriguez

Passadas 24 horas do primeiro turno das eleições, os candidatos a prefeito de Aracaju já podem colocar a campanha de volta nas ruas. Em se repetindo o cenário do último domingo (2), a disputa entre Valadares Filho (PSB) e Edvaldo Nogueira (PCdoB) deve ser voto a voto e, por isso, nas próximas quatro semanas os prefeituráveis terão o desafio de ampliar a diferença de pouco mais de 1.700 votos na primeira votação.

O número de votos inválidos no primeiro turno merece atenção dos candidatos. Estes votos totalizaram 139.723 mil, o que representa 35% do eleitorado. Somados os votos nulos, brancos e abstenções seria possível “vencer” a disputa ainda no primeiro turno.

Só será possível saber se os candidatos vão focar nesta parcela do eleitorado a partir da retomada dos programas eleitorais no rádio e TV, nesta quarta-feira (5). Entretanto, jornalistas políticos ouvidos por F5 News são unânimes em apontar que os votos invalidados não devem definir o segundo turno na capital sergipana.

“Acredito que esse número tende a crescer”, disse a jornalista Gleice Queiroz. “Não creio que essa faixa do eleitorado tenha força para mudar o rumo desta eleição”, corroborou o jornalista Joedson Telles, da coluna Universo Político, no F5 News.

“Quem votou, votou sabendo o que faria. As pesquisas indicam que Valadares deverá ser o próximo prefeito e com uma vantagem de 10 a 15 mil votos de frente. Ele herda o eleitorado de João, o que dá uma pequena vantagem”, acrescenta o jornalista Márcio Rocha.


Diferença entre Edvaldo e Valadares no primeiro turno foi inferior a um ponto percentual

Mudança de Comportamento

A eleição municipal deste ano registrou o maior índice de abstenções da história: mais de 25 milhões de cidadãos aptos deixaram de votar em todo país.

Os votos inválidos devem seguir uma tendência de ascenção porque, para os especialistas, há uma mudança de postura do eleitorado, que passou a ser mais crítico em suas escolhas, reflexo da crise política vivenciada em todos os níveis políticos do país.

“É uma prova irrefutável da descrença, da insatisfação com os políticos. Antes o eleitor só reclamava de forma verbal. Estamos, de repente, assistindo ao início de uma mudança de postura que pode crescer nas próximas eleições”, avalia Joedson.

Para Queiroz, há um número substancial de pessoas que não se interessam pelos quadros políticos do país. “A população está dizendo que não vê alternativas ou não se interessa pelas opções existentes. As sucessivas denúncias de corrupção veiculadas nos últimos anos ajudaram a ampliar o desgaste entre o povo e seus representantes políticos.  Mas esse protesto não funciona muito porque os péssimos políticos acabam sendo eleitos”, acredita.

O jornalista Márcio Rocha observa também que o enfraquecimento de partidos que tinham grande representatividade, como o PT, abriu espaço para novos nomes. “A eleição pra vereador provou isso ao termos a Rede Sustentabilidade com dois vereadores, quando a expectativa era não fazer nenhum. Os novos nomes apresentados que se elegeram têm a missão de mostrar que a política pode ser feita de forma séria”, destaca.

Sem legitimidade

Para a professora do Departamento de Política do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Vera Chaia, essa desconfiança do eleitor com a classe política está deslegitimando o sistema eleitoral. “Enquanto o político não mudar, o eleitor não vai legitimar esse cenário, com práticas políticas que são negadas do ponto de vista ético”, indica.

O cientista político e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Geraldo Tadeu Moreira Monteiro reforça a perspectiva de manutenção do altos índices de desinteresse do eleitor.  “A expectativa é que os prefeitos sejam eleitos (no segundo turno) com um número de votos pequeno, em torno de 35% dos votos válidos. Eles terão baixa legitimidade, o que é preocupante”, conclui. 

*Com Agência Brasil

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