Servidores terminam o ano sem salários em Sergipe
Política 28/12/2017 13h57 - Atualizado em 28/12/2017 14h19 |Por Fernanda Araujo
“A gente trabalha para que tenha uma vida digna, mas não tivemos isso esse ano. 2017 foi de muito sacrifício e luta, o governo nos desvalorizou, não deu atenção, e não teve responsabilidade de pagar nossos salários. É questão de sobrevivência”, relata a professora aposentada Ubaldina Fonseca, 67 anos, que está entre os servidores de Sergipe que só vão receber o salário de dezembro em 2018. Atrasos que, segundo a categoria, têm sido recorrentes ao longo do ano.
Tanto o Governo do Estado quanto a Prefeitura de Aracaju não vão pagar parte dos servidores dentro do mês. A situação mais crítica é a dos trabalhadores inativos do Estado. Durante este ano, aposentados e pensionistas receberam os salários com atraso ou de forma parcelada. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público (Sintrase) os inativos só receberam em dia no mês seguinte à aprovação da fusão dos fundos previdenciários. Depois, os atrasos e parcelamentos voltaram.
Para os inativos, como Ubaldina e Ana Geni de Andrade, 65, que está há dez anos aposentada, 2017 foi complicado para manter as contas em ordem devido aos constantes atrasos salariais, e para o próximo ano, não há grandes expectativas. “Acredito que a gente vai sofrer muito ainda. Esperamos que próximo ano a situação amenize, mas na situação em que se encontra, não temos esperança”, lamenta Geni.
“Todos os meses pagos com atraso para a maior parte dos trabalhadores, em dois meses houve parcelamento salarial. Os únicos trabalhadores que receberam os salários em dias foram os do Sergiprevidência, Ipesaúde, Sergrase e os professores lotados em escolas. Durante cinco meses o governo pagou aos demais servidores das escolas da mesma forma que pagou os professores, mas depois voltou a atrasar. Somado a isso fechamos agora em dezembro 60 meses sem reposição da inflação (5 anos) o que acarreta perdas de quase 40%. Enfim, o cenário do caos”, ressalta Diego Araujo, presidente do Sintrase.
O sindicato dos professores (Sintese) realiza um abaixo-assinado para que o governo implemente uma política de capitalização do Sergipeprevidência para assegurar o pagamento em dia das aposentadorias e pensões dos servidores.
O sindicato propõe nove medidas, elaboradas através de um estudo nas receitas do Estado feito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, contratado pelo Sintese. Entre as sugestões estão depositar no Fundo Previdenciário o lucro da participação do Estado nas empresas públicas e de sociedade mista, que o Estado faça depósitos anuais além do que já utiliza para render no fundo previdenciário, além de que os recursos de royalties do petróleo sejam depositados no fundo previdenciário. O Sintese sugere ainda que seja realizada auditoria externa para anular os benefícios irregulares.
“O que mais o governo tem colocado dificuldade para o Estado é a folha dos aposentados que gera um déficit de 1 bilhão de reais. Temos o objetivo de pressionar o governo a adotar essas medidas. Se o governo não tem nada a apresentar à Previdência, o Sintese está apresentando uma proposta para resolver o problema atualmente e no futuro. Espero que o governo assuma essa política”, afirma o vice-presidente do Sintese, Roberto Silva.
Segundo o Governo, as dificuldades para honrar o salário dos servidores são resultado da frustração de receitas, notadamente do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que neste ano acumula uma perda de R$ 130 milhões. "Tudo que a gente precisava para fechar a folha de pagamento", disse o governador Jackson Barreto, em entrevista recente ao F5 News.
*Colaborou Saullo Hipólito


Proposta pelo Senado, PEC facilita quitação de dívidas por estados e municípios e ajuda governo federal na meta fiscal

Grupo faz parte do núcleo crucial da denúncia apresentada pela PGR

Nova legislação garante mínimo de 5% das oportunidades em concursos e 10% em contratos terceirizados, ampliando inclusão e igualdade de chances

Prescrição é de realização de procedimento na pele

No Mosqueiro, vereador defendeu a permanência dos bairros como parte de Aracaju e pediu plebiscito para ouvir a população