Por Fernanda Araujo

Sintese deve pagar multa por causa de dívida trabalhista

O Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado de Sergipe (Sintese) foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar uma dívida trabalhista a um ex-funcionário. Em nota publicada pelo jornal Correio de Sergipe, o Sintese deverá pagar multa em torno de R$ 22 mil por não cumprir com suas obrigações trabalhistas. O funcionário teria sido demitido sem ter recebido as verbas rescisórias e entrou com processo judicial.

O vereador Iran Barbosa, que chegou a ser membro da diretoria do Sintese, inclusive presidente, foi questionado por F5News se essa situação não vai manchar a imagem construída pelo sindicato. O vereador relatou não ter conhecimento total sobre o teor da ação, não está inteirado sobre o processo e não sabe qual ex-funcionário, mas afirma que o Sintese tem tradição de lutar pelos direitos de seus representados e buscar garantir e assegurar os direitos dos trabalhadores que atuam dentro da entidade sindical.

 “Essa é uma preocupação que sempre permeou todas as direções que estiveram à frente do sindicato dos trabalhadores em educação. Até onde eu tenho notícia, o sindicato buscou sempre garantir o cumprimento do que estabelece a legislação trabalhista, procura mesmo sem ter nenhuma obrigação legal de fazer seleções mais públicas a respeito da contratação de novos funcionários, para ter critérios, inclusive, de contratação. A nossa preocupação sempre foi essa e é a que se mantém lá dentro. Ainda não tive oportunidade de conversar com a presidenta do sindicato, evidentemente ela tem as análises que devem ser feitas em relação a isso para que possa dar os esclarecimentos. Eu reafirmo que o Sintese, meu sindicato, tem compromisso com os respeito aos direitos trabalhistas, e precisa ter, é uma obrigação em se tratando de uma entidade sindical”, diz.

Ainda de acordo com Iran Barbosa, a própria existência de trabalhadores dentro do sindicato, por si só, já é uma contradição “ao sistema, inclusive, que a gente luta contra, isso é uma realidade que nós enfrentamos. Mas, como estamos inscritos em uma sociedade cujo modelo é capitalista, isso gera realmente algumas contradições”.

Para o vereador Agamenon Sobral, que sempre contestou a atuação do Sintese, não há perseguição à entidade e as provas estão à vista de que o sindicato prejudica o ensino público e os seus colaboradores. “O sindicato que no ano de 2013 recebeu mais de R$ 7 milhões e não pagou uma dívida de 20 mil a um funcionário. O IDEB que saiu agora (com média de 3,2) é mais uma prova que o Sintese só vem a prejudicar o povo sergipano. Fez greve em março, em abril, maio, junho. Qual é o aluno que tem estímulo para estudar se todos os meses têm greve? O aluno hoje não tem incentivo nenhum para estudar. É um sindicato que cobra constantemente dos governantes, mas não cumpre com suas obrigações. O sindicato pensa exclusivamente em política. Esse sindicato não tem interesse nenhum em beneficiar o aluno. Para ter uma ideia, existe há mais de 30 anos, nunca fez um projeto em benefício do aluno. O sindicato se diz ‘somos muitos, somos fortes!’, mas já mostrei que não são fortes porcaria nenhuma. É um sindicato vagabundo e não tem interesse nenhum em beneficiar o povo de Sergipe”, acusa.

F5News tentou falar com a assessoria de comunicação do Sintese, mas não obteve êxito.