Advogado de ex-PRF no caso Genivaldo aposta em absolvição ou homicídio culposo
Defesa questiona laudos periciais e confia que jurados acolherão as teses apresentadas no julgamento Cotidiano | Por F5 News 06/12/2024 15h52 - Atualizado em 06/12/2024 16h00 |O advogado Glover Castro, representante de William Barros Noia no julgamento pelo caso Genivaldo Santos, comentou nesta sexta-feira (6) sobre os 11 dias de sessões no Tribunal do Júri. Segundo ele, a defesa conseguiu desmontar pontos cruciais do processo.
“Estamos convencidos de que as teses defensivas serão acolhidas pelo conselho de sentença. Seja a tese principal, que é a absolvição, ou a secundária, que é o homicídio culposo”, afirmou Glover, ressaltando a expectativa positiva da defesa.
Entre os aspectos mais relevantes apresentados no julgamento, o advogado destacou a fragilidade dos laudos periciais usados na acusação. “Trouxemos aqui os peritos que confeccionaram esses laudos. Um deles admitiu que não entende nada de abordagem policial. Como ele poderia avaliar uma abordagem?”, questionou.
Além disso, segundo Glover, peritos aposentados da Polícia Federal consideraram os documentos, especialmente o laudo 2524, “imprestáveis”.
O advogado ainda enfatizou o trabalho da defesa ao longo do julgamento: “Foram 11 dias de intensa dedicação, e hoje tivemos a oportunidade de retomar toda essa defesa e apresentar nossas teses ao Conselho de Sentença. Nosso foco principal é demonstrar a inexigibilidade de conduta diversa, o que pode subsidiar a tese de homicídio culposo”, explicou.
O Caso Genivaldo
Nesta sexta-feira (6), será decidido se os réus William Barros Noia, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e Kleber Nascimento Freitas serão absolvidos ou condenados pelo júri popular.
Genivaldo Santos morreu em 25 de maio de 2022, após uma abordagem policial na BR-101, em Umbaúba (SE). Imagens gravadas por testemunhas mostraram agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) utilizando uma viatura como uma “câmara de gás” improvisada. Genivaldo, que fazia tratamento para esquizofrenia, foi preso no veículo, onde se debateu enquanto inalava uma grande quantidade de gás lacrimogêneo.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe apontou asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda como causas da morte. A vítima não estava armada, não tinha passagens pelo sistema prisional e não apresentava ameaça aos policiais.
O caso gerou repercussão nacional e internacional, sendo incluído no Observatório de Causas de Grande Repercussão, que acompanha processos de impacto social, econômico e ambiental, como os desastres de Mariana e Brumadinho e o incêndio na Boate Kiss.





