Aracaju celebra 170 Anos com apresentações culturais afro na Orla de Atalaia
Município celebrou a data com a apresentação de importantes nomes da cultura afro-brasileira Cotidiano | Por F5 News 29/03/2025 10h35 |A Prefeitura de Aracaju, por meio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), tem promovido uma programação especial para comemorar os 170 anos da capital sergipana. Na noite desta sexta-feira, 28, o município celebrou a data com a apresentação de importantes nomes da cultura afro-brasileira na Orla de Atalaia.
A Banda Descidão dos Quilombolas, Mestre Saci e Lia de Itamaracá foram as atrações da noite, que atraiu um público disposto a comemorar a proposta inovadora da Prefeitura de Aracaju de incluir a cultura negra nas comemorações do aniversário da cidade. Para a estudante Ana Patrícia Silva, 26 anos, a iniciativa era necessária. "É uma história que vem sendo contada há muito tempo, estudada e ensinada nas escolas. Mas quando trazemos essa realidade para mais perto, algo que até então só ouvimos ou vimos de longe, temos uma imersão muito maior e um entendimento mais profundo. Isso é muito importante para aqueles que não têm oportunidade de vivenciar essa cultura. E hoje, eu vim prestigiar as apresentações, pois já conhecia algumas dessas bandas”.
O professor Marcus Paixão, 42 anos, também comentou a importância do evento. “Eu acho muito interessante, principalmente por ser a primeira vez. É legal ver tantas representações no palco, é uma questão de visibilidade. Acho que a Prefeitura poderia intensificar essas festas em outros locais da cidade".
Rafael Almeida, secretário do Conselho Municipal de Igualdade Racial, expressou a satisfação com a iniciativa: “Para nós, especialmente para o povo de terreiro e o povo do axé, essa ação da Prefeitura de Aracaju é uma grande conquista. Estamos muito felizes e gratos pela gestão da prefeita Emília e pela valorização do povo negro e de axé, que, após 169 anos, finalmente têm sua cultura e identidade reconhecidas. Durante tanto tempo, nossa população foi negligenciada pelas políticas públicas, mas agora estamos sendo vistos”.
Ricardo Marques, vice-prefeito e secretário municipal de Comunicação, também destacou a importância do evento. “É uma grande alegria cumprir o que determina a lei, mas também ir além dela. A prefeita pediu que o povo de matriz africana, o povo negro e os povos de terreiro tivessem visibilidade nas comemorações dos 170 anos de Aracaju. Esta é uma ação reparatória, pois esse povo faz parte da nossa identidade, e não poderia ficar de fora dessa celebração. Estamos dando um início histórico, que, com certeza, continuará nos próximos aniversários da cidade”.
A primeira atração da noite foi a Banda Descidão dos Quilombolas, que, junto ao corpo coreográfico Adupé Descidão, trouxe o ritmo do samba-reggae para a comemoração. “Participar desse evento, depois de tanto tempo tentando, é uma alegria imensa para nós. Estamos felizes por representar nossa cultura e levar a música dos nossos povos para o aniversário de Aracaju. Agradecemos à prefeitura por incluir nosso povo e nossas diversidades de maneira tão correta”, afirmou Mestre Neném, vocalista da Descidão dos Quilombolas.
Mestre Saci, que se apresentou em seguida, encantou o público com sua música quilombola. “Participar dessa festa me fez sentir mais vivo e com ainda mais vontade de fazer música para o povo preto. Estou muito grato por essa oportunidade”, disse Mestre Saci.
A última atração da noite foi a pernambucana Lia de Itamaracá, que, com mais de 65 anos de carreira, encantou a todos com sua voz vibrante e canções de cirandas, colocando o público para dançar e cantar. “É um prazer estar em Aracaju, essa terra maravilhosa. Agradeço à Prefeitura pelo convite e pela valorização dos artistas”, declarou Lia.





