Por Sílvio Oliveira

Donos de bares da orla da praia de Aruana, na Zona Sul de Aracaju (SE), têm reclamado dos constantes arrombamentos e roubos na localidade. Na última semana, quatro dos 15 bares instalados na orla foram arrombados. Em um deles, o prejuízo com o roubo da caixa de som, de bebida e mantimentos chega a mais de R$ 2 mil.

O local tem atraído consumidores ávidos por sombra e água fresca, durante o turno do dia. Entre a sombra dos coqueiros, pode-se consumir pratos típicos de Sergipe acompanhado de aperitivos. Mas durante a noite, os comerciantes reclamam que a falta de guardas municipais e polícia, além da precariedade na iluminação pública tem atraído outro tipo de “cliente”: arrombadores que levam desde bebidas a objetos mais caros, como eletroeletrônicos.

No bar Nova Opção (foto principal), os ladrões quebraram o cadeado da porta e levaram, na última quinta-feira, a caixa de som e as bebidas. “É constante aqui. Não se pode deixar nada dentro do bar, imagine fora?”, questionou Bruno, proprietário (foto ao lado1). Nesse mesmo dia, mais dois bares foram arrombados.

O proprietário do Nelson bar, José Nelson Carvalho (foto ao lado2), informou que se deixar sombreiros e caixa de cerveja do lado externo do estabelecimento, levam. Se também deixar dentro, os ladrões arrombam e também levam. Segundo ele, a situação está complicada para trabalhar, até porque não se pode fazer intervenções na estrutura. “Não podemos construir nada. Não há depósito e o espaço interno é muito pequeno. Polícia tem, mas na orla da Atalaia, e a guarda municipal só ficou aqui no tempo da inauguração. Quero trabalhar, mas está difícil”, alegou.

Energia elétrica

No bar da Neide, ladrões tentaram quebrar a janela, mas não conseguiram. A proprietária, Neide Santos, destacou que os postes de energia elétrica estão sempre apagados e contribuem para a ação de vândalos e de ladrões. “Saiu do bar e retorno a noite para ver se o poste de energia está com a lâmpada acessa. Caso não esteja, tenho que acender a luz do quiosque”, explicou.

A comerciante ainda reclama que a noite pessoas estão utilizando da área dos quiosques para fazer festas e deixam lixo, resto de comida e até preservativos. Segundo Neide, durante o dia tem que fazer faxina na área, além de encontrar o estabelecimento sempre com algo quebrado. “A Prefeitura não deixa a gente fazer nada, mas a festa corre solta durante a noite. Não há polícia”, reclamou.

Contraponto

O comandante da Guarda Municipal, major Edênisson, informou que de hipótese nenhuma se pode colocar guardas municipais na área, já que é de responsabilidade dos comerciantes – ao se referir em vigilância particular – e de responsabilidade da Polícia Militar.

Ele ainda informou que na área há uma galeria de bares, como ocorre na Passarela do Caranguejo, e que a vigilância dos bares é feita de forma ostensiva pela ronda de policiamento. “Não podemos colocar vigilantes. Do jeito que eles querem, não podemos colocar guardas”, ressaltou.

Capitão Eduardo, responsável Companhia de Policiamento do Turismo (CPTur), destacou que o novo comando da polícia da capital ordenou o recobrimento das áreas e a Companhia está fazendo um levantamento, a fim de que melhore o policiamento ostensivo da Atalaia, Coroa do Meio e adjacências.

“Antes as companhias tinham cobertura em determinadas áreas. Agora não. A segunda e a primeira companhia seriam responsáveis pela Aruana e agora pode ser feita pelo CPTur, pela Choque, pela Rádiopatrulha”, explicou, informando que com o novo reordenamento, a região Sul passará de duas viaturas para cinco e há previsão que chegue a 11.

Quanto à falta de energia, a assessoria de Comunicação da Energisa reconheceu que há um problema nas chaves de comando da iluminação daquela orla. Também informou que uma equipe irá no local para realizar um paliativo e dentro de 15 dias a Empresa estará substituindo as três chaves.

Fotos: Sílvio Oliveira