Comportamento é o mais importante no processo de seleção de emprego
Especialista aponta caminhos para candidato se sair bem Cotidiano 09/02/2013 17h01 |Por Fernanda Araujo
Mais do que a qualificação profissional e experiência, outros fatores têm sido observados na contratação de profissionais, e o principal é o comportamento. A forma de tratar o colega no ambiente de trabalho, comparecimento no horário marcado, linguagem corporal, entre outros, são alguns dos aspectos mais avaliados pelos profissionais de recrutamento, mais até que o próprio currículo.
Em entrevista a F5 News, o coach e consultor de Recursos Humanos Fábio Moura discorre sobre os meandros dos processos de seleção de candidatos a vagas de emprego.
F5 News – Hoje em dia o comportamento pesa mais do que o perfil técnico?
Fábio Moura – Sim, até para critério de desempate, por exemplo, se eu possuir duas pessoas que estudaram nas mesmas escolas e passaram por empresas parecidas, serão desempatadas com base no perfil comportamental.
F5 News – Desde quando isso é percebido? Em Sergipe as contratações já começam a ser feitas a partir dessa observação também?
Moura – Desde o século 21, essa nova visão já é realidade. O conhecimento técnico e experiência profissional deixaram de ser o ponto principal em um processo seletivo nas empresas. Em Sergipe existem muitos bons profissionais na área de recrutamento e seleção. Os gestores, com a chegada de novas empresas e indústrias multinacionais, já analisam com preocupação o comportamento e perfil dos candidatos.
F5 News – Quais as características e/ou habilidades que são avaliadas no candidato?
Moura – Além de analisarmos o conhecimento técnico, experiência profissional, o gestor de RH, ou entrevistador, deve ter a sensibilidade de observar todo o comportamento do candidato, desde a chegada no horário marcado, a forma de se vestir, de sentar-se, falar (linguagem corporal). Como diz o velho ditado: “a primeira impressão é a que fica”. Atualmente, os gestores de RH analisam tudo, buscam saber o máximo de informação do candidato, na esfera pessoal e profissional. Desde o recebimento do currículo, os cuidados com que foi preenchido e até mesmo o endereço eletrônico que ele utiliza é observado: os “engraçadinhos”, por exemplo, no âmbito de trabalho “pegam muito mal”, isso soa como infantilidade e descompromisso com o interesse na vaga ofertada. No concernente à roupa que a pessoa utiliza para a entrevista, tem que estar de acordo com o ambiente de trabalho, e atentamos para um detalhe muito importante sobre o candidato: ele deve demonstrar conhecimento sobre a empresa na qual está participando da seleção. Informações básicas como ramo de atividade, para qual vaga ele foi chamado, há quanto tempo a empresa existe.
F5 News – Muitos profissionais são contratados pelo perfil técnico e demitidos pelo comportamento. O que é preciso hoje para se destacar no mercado de trabalho, além da capacidade de trabalhar em equipe?
Moura – Realmente, pesquisas atuais mostram que um dos principais fatores de desligamento de um funcionário na empresa não envolve apenas competência técnica, outros fatores influenciam, tais como o mau comportamento no ambiente de trabalho, o não saber conviver adequadamente nesse ambiente, não conseguir desenvolver trabalhos em equipe. O perfil atual do profissional buscado nas organizações envolve, além de conhecimento técnico e experiência profissional, a adaptação a novos ambientes, capacidade de trabalhar em equipe e flexibilidade, aí a atuação do profissional de RH se faz mais veemente, desenvolvendo esta percepção.
F5 News –Quais os testes realizados para avaliar o comportamento e a capacidade do candidato? Por exemplo, existe a chamada "entrevista por competências". Como são essas avaliações, o que se espera alcançar?
Moura – Para cada função buscamos um determinado perfil, portanto o avaliador realizará a entrevista direcionando para as características e necessidades da vaga disponível. A importância do selecionador é essencial, devido a sua experiência em comportamento social e conhecimento técnico, visto que ao longo do seu trabalho já desenvolveu uma percepção sobre qual ferramenta deverá ser usada no processo. Hoje em dia é utilizado desde uma redação até avaliações psicológicas e grafológicas, bem como dinâmicas de grupo.
F5 News – A experiência é um dos fatores fundamentais para ocupar uma vaga de emprego ou para permanecer nele. Por conta da experiência muitos, principalmente os jovens, estão preocupados com as oportunidades. Como você avalia essa questão?
Moura – Em um mercado muito competitivo exige-se cada vez mais profissionais com experiência para uma produtividade mais rápida na empresa, porém esbarramos em um paradoxo: como ter experiência se o jovem não tem oportunidade. Mesmo assim, comumente se veem muitas empresas dando oportunidades aos jovens através de estágios e menor aprendiz.
F5 News – O que é mais difícil: conseguir uma vaga de emprego ou permanecer nele?
Moura – As grandes transformações pelas quais a sociedade vem passando têm exigido muito mais do colaborador dentro das organizações. Não cabe mais apenas cumprir com suas obrigações com eficiência. O perfil do colaborador do Século XXI é, sem sombra de dúvidas, bastante complexo, mas ter esta consciência que precisa assumir o papel de empreendedor, agindo de forma polivalente e proativa, promovendo o seu crescimento e o da organização de que é membro, fazem a diferença. Além disso, possuir habilidades para um bom relacionamento interpessoal é imprescindível, pois o trabalho em equipe é uma ferramenta essencial dentro da organização.
F5 News – É realmente possível avaliar um candidato a partir de suas ações na infância ou da atividade física que pratica? Essas capacidades podem ser treinadas mesmo por quem não as têm naturalmente?
Moura – Hoje somos reflexos do que fomos na infância, todo nosso aprendizado, seja ele passado pelos nossos pais e familiares ou aprendidos na escola. Saber um pouco da sua essência faz com que o avaliador compreenda as atitudes e perfil do que se é na atualidade.
F5 News – Em uma avaliação comportamental é possível haver falhas?
Moura – O papel do entrevistador é buscar o máximo de informação e minimizar falhas de uma possível má seleção, mas podem acontecer equívocos. O avaliador no momento da entrevista busca descobrir mentiras do candidato, e caso as encontre, não será perdoado, podendo ser desde a não comprovação de experiência, bem como certificados ou contradições. Acredito que, na forma com que são passadas as perguntas, podemos conseguir muitas informações. O candidato deve mostrar sinceridade, dinamismo, ser proativo e ter pontualidade.


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