Coronel PM pode ser expulso por denunciar problemas no HPM
Cotidiano 03/05/2012 08h46 |Por Márcio Rocha
Após assumir o comando do Hospital da Polícia Militar (HPM), o coronel Marcos Gomes apresentou problemas relacionados ao gerenciamento e a falta de estrutura do hospital.
O coronel disse ao F5 News que o HPM está sem condições de operacionalidade, devido à falta de uso da estrutura da unidade de saúde. Segundo Gomes, das três salas de cirurgia disponíveis, apenas uma é utilizada no período da tarde, devido à inexistência de equipes médicas para fazer atendimento e cirurgias de urgência. Em 20 dias que esteve à frente do HPM, o coronel Marcos Gomes levantou os problemas e por isso foi afastado da unidade de saúde, passando a responder a processo no Conselho Disciplinar.
“Os problemas que estão acontecendo no HPM são antigos e o comando tem conhecimento. Entretanto não resolve o que está prejudicando o trabalho dos profissionais que lá trabalham. Eu tenho certeza que o governador não sabe desses problemas. Vários problemas desde a ausência de condições de atendimento, até UTI que não tem condição de suportar.”, disse Marcos Gomes.
O ex-diretor do HPM afirma que houve a visita da promotora de saúde, Euza Missano, que fez levantou os problemas da unidade e confirmou que há desvio de função entre os profissionais e déficit de trabalhadores no HPM.
“A situação da UTI não é boa, e há muito desvio de função, além das escalas furadas. Apenas 18 enfermeiros estão disponíveis, quando o ideal para ativar todo o hospital seria 48. O déficit é de 30 enfermeiros, mais 32 técnicos de enfermagem. Entre técnicos e auxiliares, seriam necessários 107, porem hoje tem apenas 75.”, afirmou
Para Gomes, o HPM não poderia estar na situação em que se encontra, mas preparada para atender os policiais militares e pacientes encaminhados.
“Dói ver o HPM sem condições de atendimento. Dói ver um militar que deu sua vida pelo povo e esta corporação. Não se pode aceitar que um homem de 85 anos espere dois dias na urgência para poder ser internado. Lá, não se tem recursos para tratar um paciente, para fazer um exame de ultrassom.”, comentou entristecido.
O militar será submetido ao Conselho Disciplinar, ou Conselho de Justificativa. De acordo com o comunicado expedido no Boletim Geral Ostensivo (BGO), as acusações são de divulgar fatos ofensivos contra o HPM, criticar o comando da PM e responsabilizar a corporação pelos problemas do hospital, além de incitação ao público para opinar no problema ao divulgar os problemas no “blog do Capitão Mano”.
Sobre o Conselho Disciplinar, o coronel Marcos Gomes afirma que está ciente que não teve nenhuma intenção de ofender o comando, muito menos de incitar a corporação contra o comandante. Apenas queria expor a realidade, por não aceitar que o hospital esteja desestruturado de tal forma para atendimento aos militares.
“Eu não estou falando mal do governo nem do comando da PM. Acredito que um assessor, como era meu caso no comando do HPM, tem que alertar o problema e evitar que se alastre. Não foi um problema que criei de 20 dias pra cá. Estamos tratando de vidas. Vou responder ao conselho e aguardar sua decisão. Estou errado porque falei, sim. Mas e o conteúdo, será avaliado? O problema será corrigido?”, comentou.
Caso seja condenado, o coronel Marcos Gomes poderá ser expulso da corporação ou enviado para a reserva remunerada após o julgamento, em caso similar ao acontecido com o sargento Jorge Vieira.


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