Cremese apresenta dados da pesquisa Demográfica Médica no Brasil
Em Sergipe, mais de 74% dos médicos atuam no SUS e 95% estão na capital Cotidiano 25/02/2013 20h00 |Por Míriam Donald
Para avaliar a má distribuição e a falta localizada de médicos no Brasil e em Sergipe, o Conselho Regional de Medicina em Sergipe (Cremese) apresentou nesta segunda-feira (25) a segunda Pesquisa Demográfica Médica no Brasil com dados referentes a Sergipe. A pesquisa foi desenvolvida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em parceria com Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e coordenada pelo pesquisador Mario Scheffer.
Expondo cenários e indicadores de distribuição, a pesquisa conclui que, por não haver políticas públicas efetivas voltadas à área e poucos investimentos, apesar da constante curva de crescimento, os profissionais permanecem mal distribuídos pelo território nacional e com baixa adesão ao trabalho na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Quantidade, onde estão, presença no SUS, diferença entre a quantidade de médicos na capital e interior, abertura de cursos no interior, médicos estrangeiros e migração foram alguns dos itens abordados pelo presidente do Cremese, Júlio Seabra.
Em apresentação, o médico destacou que, em Sergipe, há mais de três mil médicos ativos, dos quais 95% atuam na capital e 74,1%, no SUS. O estudo revela que atualmente são 4.364 médicos, sendo 3.078 ativos e 1.286 inativos.
Sobre a desigualdade entre as capitais e municípios, os dados divulgaram que os residentes na capital têm um índice de 4,95 médicos por 1.000 habitantes e que mais de 1,5 milhão de moradores das cidades do interior são assistidos por 146 médicos. Outro aspecto destacado foi que, embora cerca de 48,66 milhões de brasileiros tenham acesso à planos de assistência médico-hospitalar (ANS, 2012), o SUS atende constitucionalmente toda a população.
Para reverter o quadro de falhas, é preciso uma adoção urgente de medidas estruturantes na assistência em saúde, entre elas uma política de valorização dos profissionais de saúde, o fim da precarização dos vínculos empregatícios e a implementação de planos de carreira, cargos e vencimentos. A categoria defende também o aumento do investimento público no setor e a criação de uma infraestrutura que garanta instalações, equipamentos e insumos para o trabalho.
Outra proposta defendida pelo CFM prevê a criação de uma carreira de médico no âmbito do SUS como forma de estimular a fixação dos profissionais nas áreas consideradas de difícil provimento onde se encaixam vantagens como maior financiamento público e privado, condições de trabalho, remuneração, carreira e qualidade de vida. “Não existe plano de carreira na saúde e essas desigualdades tendem a aumentar”, disse Júlio Seabra.
Outros dados abordados
Outros dados divulgados na pesquisa mostram que a população médica cresceu nos últimos 12 anos em mais de 500%, os números de entrada são maiores do que os de saída, a idade média dos profissionais é de 46 anos, sendo que 41% têm menos de 40 anos, o que proporciona maior ciclo profissional e que em 20 anos haverá mais médicas do que médicos. Em Sergipe, há 2.451 médicos e 1.696 médicas.
O presidente do Cremese esclareceu também sobre a abertura de escolas de medicina e médicos formados no exterior. Segundo a pesquisa, os egressos das faculdades de medicina preferem migrar para regiões mais desenvolvidas ou voltar para as capitais onde nasceram, desfazendo a expectativa de que estes ficariam nos pólos de graduação, assim como os profissionais formados no exterior que também procuram grandes centros.
Dificuldades
Questionado sobre os planos de saúde, Júlio Seabra afirma que às vezes os profissionais não aderem a alguns planos de saúde por não terem uma remuneração compatível ao trabalho desempenhado e os contratadores também se ressentem da falta do médico. “Se a pessoa quiser um médico com determinada especialidade, mas está pagando, é encontrado com facilidade”.
Ele também afirma que a população que não tem dinheiro não está refém dos médicos, mas da política pública de saúde, pois, apesar dos problemas, a saúde ainda funciona pelo trabalho dos médicos. “Se não fossem os médicos, o sistema estaria um caos”.
Sobre as especialidades mais carentes, ele diz que varia entre oftalmologistas, endocrinologistas e reumatologistas, pois a formação requer mais especificidades e o jovem que sai para fazer sua formação fora do estado pensa que não será interessante fazer o desempenho da sua profissão no seu estado de origem. “Isso leva ao descompasso da migração”, disse Seabra.


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