Defesa diz que prisão de médico por abusos é “desnecessária e injusta”
Advogado Newton Carvalho afirma acreditar na inocência do endocrinologista e vai pedir revogação da preventiva Cotidiano | Por F5 News 09/10/2025 14h44 |O advogado Newton Carvalho, que representa o médico endocrinologista preso sob suspeita de cometer crimes sexuais contra pacientes do sexo masculino, afirmou nesta quinta-feira (9) que a defesa acredita na inocência do cliente e que a prisão preventiva decretada pela Justiça é “desnecessária, desmedida e desarrazoada”.
Segundo o advogado à Tv Atalaia, a audiência realizada nesta manhã tratou apenas da legalidade da prisão, e não do mérito do caso. “A audiência de custódia existe apenas para aferir se a prisão cumpriu os requisitos legais. Hoje não se discutiu culpa ou inocência. O juiz entendeu a prisão como jurídica, embora nós discordemos e consideremos desnecessária”, explicou.
Newton Carvalho destacou que a defesa ainda não teve acesso completo ao conteúdo da denúncia apresentada pelo Ministério Público, mas pretende analisá-la ainda nesta quinta-feira para elaborar a resposta à acusação e o pedido de revogação da prisão preventiva. “Vamos demonstrar que o doutor Paulo Solto não oferece risco à sociedade nem ao processo. Ele pode responder em liberdade, como qualquer outro cidadão acusado de um crime”, afirmou.
O advogado reforçou a presunção de inocência como um direito constitucional e disse confiar plenamente no cliente. “Nós cremos na absoluta inocência do doutor Paulo e vamos provar isso em juízo. Ele nega veementemente todas as acusações que lhe foram imputadas”, declarou.
Sobre o histórico profissional do médico, Newton Carvalho afirmou que ele é um profissional experiente, com mais de 15 anos de atuação na endocrinologia, e que nunca teve qualquer registro negativo em sua carreira. “É um profissional extremamente qualificado, sem nenhuma mácula em sua trajetória”, ressaltou.
Durante a entrevista, o advogado também informou que o médico está tranquilo e colaborando com a Justiça, ciente de suas obrigações com a sociedade e com seus pacientes.
Entenda o caso
Na manhã desta quinta-feira (9), a Justiça de Sergipe manteve a prisão do médico endocrinologista suspeito de praticar crimes sexuais contra pacientes do sexo masculino durante atendimentos clínicos em Aracaju.
O médico foi preso na tarde da última quarta-feira (8) pela Polícia Civil, em uma clínica no centro da capital. De acordo com as investigações, ele vinha praticando atos considerados abusivos desde abril deste ano, alegando que faziam parte de procedimentos médicos.
O delegado Carlos Antônio, da 2ª Delegacia Metropolitana, informou que o caso é resultado de uma apuração minuciosa. “O caso exigiu uma investigação detalhada e sensível, por envolver vítimas que buscaram atendimento médico e foram surpreendidas por condutas incompatíveis com a ética e o respeito humano”, afirmou.
Em nota, a defesa do médico informou que ainda está tendo acesso ao inquérito e reforçou que não há elementos que justifiquem a prisão. Já o Conselho Regional de Medicina (CRM) comunicou que abrirá procedimentos administrativos para apurar a conduta do profissional nos âmbitos ético e profissional.





