Por Adriana Meneses

Dia Nacional do Forró: data ainda pouco conhecida pelos nordestinos

Sancionada no dia 6 de setembro de 2005 a Lei 11.176, que institui o 13 de dezembro como ‘Dia Nacional do Forró’ marcou uma nova comemoração para o calendário de todos os brasileiros, em especial do povo nordestino. A data foi estabelecida em homenagem ao nascimento do ‘Rei do Baião’ Luiz Gonzaga, que ficou conhecido mundialmente por levar as dores, o sofrimento e as alegrias do nordestino brasileiro no ritmo do xote, do xaxado e do baião.

Luiz Gonzaga nasceu no dia 13 de dezembro de 1912 na cidade pernambucana de Exu e veio a falecer no dia 2 de agosto de 1982, porém deixou um legado musical que até os dias atuais tem diversos seguidores que buscam levar a sonoridade do autêntico forro nordestino para os quatro cantos do país. Entretanto no ano em que o "Rei do Baião" completaria 100 anos, o Dia Nacional do Forró ainda é pouco conhecido e comemorado, segundo o professor, pesquisador e produtor cultural Paulo Correia, pois falta divulgação e mais amor pela nordestinidade.

De acordo com o pesquisador (foto), o ‘forró’ criado por Luiz Gonzaga sofreu bastante preconceito no seu início, mas graças à coragem, atrevimento e amor pelo nordeste que tinha o criador do ritmo, o xote, xaxado e baião vieram a ser reconhecidos como um patrimônio cultural brasileiro.

“Luiz Gonzaga sofreu bastante quando levou o ritmo nordestino para o Rio de Janeiro, pois naquela época o preconceito com os nordestinos era praticado de maneira exacerbada, mas ele foi perseverante e com grandes parceiros conseguiu mostrar não só para as cidades do sul, mas para o Brasil inteiro, a autenticidade do nordestino dedilhada em uma sanfona”, disse.

Ainda de acordo com o pesquisador, pouca gente sabe da existência da data em que se comemora do Dia Nacional do Forró. A falta da massificação dessa informação pela imprensa e pelos poderes públicos é o principal motivo para que a população ainda desconheça a comemoração. “Dos nove estados nordestinos apenas dois, Pernambuco e Ceará, estão fazendo grandes divulgações sobre o centenário de Luiz Gonzaga e o Dia Nacional do Forró. Como esperar do povo, que nem sabe da existência da data, grandes manifestações? Os governante com a ajuda da imprensa precisa trabalhar mais a nossa cultura e mostrar o que temos de melhor. Precisamos amar e ter orgulho da nossa terra, do nosso ritmo, que consegui ser inserido no cenário musical nacional com muito suor e sacrifício do nosso Luiz Gonzaga”, salientou.

Para o sanfoneiro Mimi do Acordeom (foto ao lado) que aprendeu a tocar sanfona aos 13 anos com seu pai, também sanfoneiro, o Dia Nacional do Forró mostra a importância do ritmo nordestino para a cultura brasileira.

Para o jovem músico, de apenas 28 anos, além do seu pai, Luiz Gonzaga foi a grande fonte de inspiração na escolha da tão amada profissão. “Somos nós, sanfoneiros, brasileiros e nordestinos, que fazemos a alegria do povo com a nossa música seguindo os mesmos passos do nosso mestre Luiz Gonzaga. Hoje o forró é bem vindo em qualquer lugar e em qualquer evento, por isso temos que comemorar com bastante alegria o dia dedicado ao nosso forró e ao precursor, o Rei do Baião”, afirmou.

Homenagens em Sergipe

O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), não terá uma programação especifica para essa quarta-feira, Dia Nacional do Forró, mas no próximo sábado (15) o órgão vai realizar um evento alusivo ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga. A partir das 20h, no espaço do Balaio Cultural, na Orla de Atalaia, vai acontecer a final do concurso “Festival de Novas Composições de Forró”.

Serão 13 compositores que disputarão os prêmios em cinco categorias: ‘Melhor Música de Forró’ e ‘Melhor Música de Forró Instrumental’ recebem R$ 5 mil cada; o (s) autor (es) da melhor ‘Melhor Música Inovadora de Forró’ ganha R$ 2 mil; já aqueles que forem consagrados na categoria ‘Melhor Intérprete de Forró’ e ‘Melhor Instrumentista de Forró’ recebem R$ 1 mil. Além da premiação em dinheiro, os campeões do II Alumiar ganharão instrumentos e equipamentos musicais da ‘Palco Music Store’.

Foto principal: divulgação

Foto Mimi do Acordeon: arquivo pessoal