Drag Queen recebe de vereadores título de cidadão aracajuano
Cotidiano 17/05/2012 12h04 |Por Fernanda Araujo
A Câmara de Vereadores de Aracaju recebeu na manhã desta quinta-feira (17) alguns representantes homossexuais e que apóiam a causa, como o Movimento de Lésbicas de Sergipe, a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e a União de Negros pela Igualdade (Unegro). Em sessão especial, o transformista Reginaldo Batista de Souza, conhecido como o Drag Queen Kharolyne Prínscipal, recebeu das mãos dos vereadores o título de cidadão aracajuano - um ato contra a homofobia.
A comunidade LGBT comemora o Dia Mundial e Nacional de Combate à Homofobia e a aprovação de cinco anos do decreto que institui o dia na capital, proposto pela vereadora Rosângela Santana (PT), conforme a Lei 3.461, sancionada em 2007, pelo prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB). Os representantes aproveitaram para parabenizar a iniciativa e manifestar a indignação contra o preconceito no Brasil e no estado.
O presidente da Associação em Defesa ao Homossexual em Sergipe (Adhonis), Marcelo Lima de Menezes, acabou de chegar de Brasília onde aconteceu a terceira marcha contra homofobia e aponta que falta no país educação.
“O preconceito tem raízes profundas no Brasil, hoje é o país que assassina mais homossexuais e em Sergipe muitos também são assassinados. O que falta no Brasil é uma educação de base. Por que a homofobia vem aumentando? Porque não se trata a homofobia como questão de educação, sem educação não existe compreensão. Na marcha ontem em Brasília percebi que existe uma resistência dos setores conservadores em apoiar e mobilizar a marcha. E aí você não consegue inibir o avanço do preconceito contra os homossexuais”, ressalta.
Transformista, militante contra a homofobia e o primeiro a romper o preconceito adentrando nas festas da alta sociedade sergipana como mestre de cerimônia, Reginaldo Batista também é o primeiro integrante da comunidade homossexual - ao menos assumido - a receber o título de cidadão aracajuano. Natural de Fortaleza, ele mora na capital há quase 13 anos e se veste como personagem de Kharolyne Prínscipal, um Drag Queen que não dispensa o brilho e o glamour.
“É um personagem que quebra um pouco de preconceito de paradigma nessa entrada da Kharolyne na família e em eventos sociais. Não só dentro da boate e no gueto, a Kharolyne já está inserida na sociedade em geral. A gente brinda hoje, mas também tentando chamar a atenção da sociedade que existe preconceito sim e principalmente nas escolas. Estou feliz pelo reconhecimento e pelo trabalho que foi feito. É como se eu estivesse recebendo a certidão de nascimento”, comemora.
O Dia Nacional de Combate a Homofobia nasceu para marcar quando, em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou do código de patologia a descrição do homossexualismo como doença. Hoje, o homossexualismo não pode ser considerado doença. Intolerância ou qualquer ato de violência contra os homossexuais é crime. A Lei municipal da vereadora Rosângela Santana tem por objetivo a promoção do direito à livre orientação sexual, com incentivo de ações que proporcionem a discussão sobre esse direito e a promoção da cidadania de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Conforme o artigo 140 parágrafo 3º do Código Penal, “direitos são negados diariamente a gays, lésbicas e transgêneros pela omissão legislativa. Verifica-se que o legislativo deixou de criminalizar atos homofóbicos, diferente do que ocorre com cidadãos que sofreram injúria em razão de sua raça, cor, etnia, religião ou origem”.
Fotos: Fernanda Araujo


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