Fila de espera e falta de ortopedistas em hospitais preocupam MPE
Cotidiano 19/10/2012 17h09 |Por Fernanda Araujo
Fila de espera para cirurgias ortopédicas, falta de ortopedistas e de equipamento no Hospital Cirurgia e Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) foram alguns dos temas de audiência nesta sexta-feira (19) no Ministério Público Estadual.
Em decorrência da falta do equipamento determinado pela Anvisa, o trépano elétrico ou a gás autoclavável, no Hospital Cirurgia houve redução de 60% no número de procedimentos cirúrgicos ortopédicos. Segundo o diretor do Cirurgia, Gilberto dos Santos, o hospital não possuía o novo aparelho e teve que pedir emprestado ao Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Ele afirmou ainda, que com a deficiência, o Cirurgia teve que interromper a entrada de pacientes com monotraumas, mas assegurou que a partir de segunda-feira o atendimento voltará a normalidade.
“Permaneço realizando as cirurgias e cumprindo as metas estabelecidas no plano operativo de 280 cirurgias por mês. Há um ortopedista por plantão na porta de entrada da ortopedia e três no centro cirúrgico de segunda a sexta, além de duas salas cirúrgicas. O Cirurgia compromete-se a realizar todos os procedimentos cirúrgicos que chegam à porta de entrada no intervalo de 30 dias, atendendo o estado crítico dos casos”, acordou em audiência.
Espera de cirurgias e escala de médicos
A filha de uma paciente de 87 anos de idade procurou o MPE para reclamar da demora da cirurgia. Além da idosa, mais sete esperam pela cirurgia de fêmur no Huse. Em audiência foi informado que no Huse cerca de 300 cirurgias ortopédicas são feitas por mês, mas alguns profissionais não têm respeitado a escala médica, como aconteceu no dia 18 passado, quando três ortopedistas foram escalados para dar plantão no centro cirúrgico, mas apenas dois compareceram, ocasionando desassistência de ortopedista ao pronto-socorro.
Para resolver o problema, o MPE quer no prazo de 48 horas a escala da ortopedia do Huse, incluindo o número de horas contratadas de cada profissional. “A gente tem que trabalhar com a realidade. Vamos esperar o que a gente pode fazer quanto ao controle das escalas”, afirmou a promotora Euza Missano.
Já o diretor técnico do Huse, Augusto César Esmeraldo, é otimista. “Há horas de trabalho de ortopedistas suficientes para manter escala de três no pronto-socorro e um no centro cirúrgico. De setembro até agora foram realizadas 34 cirurgias de fêmur. Da fila que existia de 160 pacientes esperando na gestão anterior, hoje há 50 internados no hospital. A fila se altera diariamente com a entrada de novos pacientes e saída daqueles que foram operados. Em setembro, com o início do mutirão, foram operados cerca de 400 pacientes, o que vem reduzindo progressivamente a fila de espera”, explicou na audiência.
Sobre as filas, o diretor aponta que é preciso gerenciar o fluxo dos pacientes. “A fila nunca acaba. Eu preciso ter uma organização da rede funcionando, um hospital que possa atender casos que estão cada vez maiores de traumas no estado, e ter o fluxo correto para onde cada paciente vai ser encaminhado não só ao Huse, mas também para outras instituições, como temos o nosso parceiro, o Hospital Cirurgia”.
Demissões de ortopedistas
Sobre os sete ortopedistas do Huse que pediram demissão por condições de trabalho e remuneração, Augusto César explica que as negociações com a Fundação Hospitalar de Saúde permanecem, a exemplo dos valores de produtividade. "Em meio às negociações alguns colegas pediram demissão, não podemos fazer nada quanto a isso. Mas no momento não existe desassistência, o hospital continua funcionando. Claro que as condições do serviço público de saúde não são as ideais, mas estamos gerenciando essa crise”, resume.


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