Por Sílvio Oliveira

Moradores da rua Josué de Carvalho Cunha e adjacências, no bairro Coroa do Meio, zona Sul de Aracaju, estão preocupados com o acúmulo de água poluída advinda de fossas e alguns esgotos clandestinos. A fossa do condomínio Dante Alighieri corre a céu aberto pela rua, desemborcado em um dos bueiros da avenida Oceânica. O acúmulo de água poluída que eclode da fossa da escola municipal Juscelino Kubitischek tem tirado sossego de moradores da rua Gervásio de Araújo Souza.

Na rua Cel. José Figueiredo Albuquerque, um bueiro entupido há meses desagrada os comerciantes, que observam as vendas caírem sem precedentes. “É uma fedentina. Já faz meses que estamos nessa situação e tememos que chegue o período de chuva sem nada ser feito”, reclama Mário Augusto José, morador.

Proprietária de uma mercearia na rua Gervásio de Araújo, Gislene Aparecida André Costa, (foto) aponta que o principal problema é a fossa da escola Juscelino Kubitischek , que eclode todos os dias, causando mau cheiro e problemas. “A fosse é ligada ao bueiro. Jogaram areia no bueiro, tamparam e tememos que coloquem asfalto. Como a água da fossa da escola não tem para onde correr, todos os dias explode um mau cheiro e água poluída”, explica.

Ana Santos, proprietária de um Pet Shop, destaca que já reclamaram da fossa do condomínio Dante Alighieri à Emurb, a Deso e ao próprio síndico, porém ninguém aponta uma solução. A água poluída jorra pela calçada do residencial, escorrendo por toda extensão do meio fio da rua Josué de Carvalho Cunha há mais de quatro meses, causando transtornos ao comércio e aos moradores.

Para ela, as obras realizadas pela Prefeitura de Aracaju na área inda não surtiram efeito, já que as fossas continuam jorrando água, mesmo com a cobertura de uma nova camada de asfalto. “Só vamos saber se terá alguma modificação com essas obras, quando chover. Mas como estão fazendo, tapando os bueiros sem fazer o sistema, a situação será pior”, avalia.

Canais pluviais e rede de esgoto

As obras apontadas pela comerciante são o ligamento do esgotamento sanitário e a criação do sistema pluvial da região, realizada pela Empresa Municipal de Urbanismo (Emurb) e a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso).

Segundo o assessor de comunicação da Emurb, Ademar Queirós, há diversas ligações clandestinas de residenciais ao sistema pluvial. Há também locais que o sistema de esgotamento ainda não está funcionando.

Para ele, o problema das fossas sépticas será resolvido tão logo o sistema implantado pela Deso comece a funcionar. “A Deso está interligando a rede de esgoto e a Emurb realizando a rede de drenagem. Ali tem muitos casos de ligações clandestinas. A Deso está fazendo a ligações corretas e, até o final do mês, a rede de drenagem deverá funcionar. Como todas as unidades habitacionais serão interligadas a rede coletora, deverá resolver o problema tão logo a rede entre em operação”, assegura.

Quanto à fossa da escola municipal, Ademar Queirós informou conhecer o problema e quando a unidade escolar solicita a limpeza da área, é feita sem nenhum problema.

Ele também informa que o problema da fossa do condomínio Dante Alighieri e de ordem do próprio condomínio, já que naquela região não tinha rede pública de esgotamento. “Como não possuía esgotamento, os próprios moradores eram responsáveis por suas fossas”, afirma.  

A equipe do F5 News esteve no condomínio para falar com o síndico e foi informada por uma pessoa da família que ele se encontrava viajando, sem poder falar sobre o assunto.

Fotos: Sílvio Oliveira