Guarda Municipal ainda não retirou ocupantes do bairro 17 de Março
Eles permanecem nas casas e esperam decisão da justiça Cotidiano 20/11/2012 17h12 |Por Míriam Donald
Com a ocupação de casas por mais de 80 famílias no bairro 17 de Março, zona de expansão da capital desde o dia 03 e 04 do mês corrente, a Guarda Municipal, comandada pelo major Edênisson, tentou retirá-los, mas com o clima de tensão, inclusive com pessoas passando mal, a situação permaneceu estabilizada. Nesta terça-feira (20), o coronel Jackson comunicou que iria comandar a operação para retirada, mas até o momento não houve chegada de guardas ou policiais por motivo de regularização do porte de armas.
Segundo um colaborador de projetos sociais do local, Walter Duarte, as pessoas que iniciaram a ocupação das casas possuem os cadastros de auxílio moradia e registro na Prefeitura e para definir algumas situações, inclusive a continuação ou não da ocupação de forma legal e pacífica, eles estarão em reunião esta terça-feira, às 19h. “Estaremos reunindo todos os grupos, avaliando o que é melhor para a comunidade e a ocupação aceitando toda e qualquer pessoa que venha a somar”, diz.
De acordo com a coordenadora da Central dos Movimentos Populares, Roseane Patrícia, os ocupantes entraram na justiça para retirar a liminar de reintegração de posse da Prefeitura, sendo que, na segunda-feira (19), o prefeito Edvaldo Nogueira pediu autorização para entrar nas casas e retirar as pessoas à força. Ela informou ainda que a Central foi até a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Seção Sergipe para pedir que a Comissão dos Direitos Humanos acompanhe o processo, já que o coronel Jackson iria iniciar a retirada.
“As famílias devem ter a oportunidade de se defender e provar que não têm moradia, mostrando que o que a Prefeitura diz é mentira, que as famílias já foram contempladas”, afirma Roseane.
Ela alega que, se as pessoas tivessem condições, não estariam dormindo há mais de 17 dias sem água e sem energia. “Estamos tentando provar que o sorteio nunca existiu e mostramos outra lista para o juiz de outro sorteio que ocorreu, onde outras pessoas foram contempladas e não as famílias que realmente necessitam”, afirma.
O ocupante Adagilson de Souza, ex-morador da invasão ‘Quirino’, espera uma posição do Ministério Público Estadual (MPE), em contraponto à liminar da Prefeitura para retirada das famílias. Questionado sobre o lugar que irá ficar caso for despejado, ele diz que não tem para onde ir. “O auxílio-moradia atrasou e muita gente entregou as casas. As pessoas não querem alugar mais por conta do atraso do benefício”.
Muitos se abrigaram na casa de parentes. “Por que nos tiraram daquelas ocupações e das encostas de morro? Risco é as pessoas que têm termo de adesão estarem nas casas dos outros enquanto eles trazem propostas que não dão certo. Não dá para ficar em casas de parentes a vida toda”, desabafa um outro ocupante, para quem o endereço anterior parecia mais vantajoso. “Na invasão nós não pagávamos água nem energia. Era uma moradia precária e humilde, mas estamos com contas para pagar, inclusive quem está de aluguel, pois os proprietários querem colocar as pessoas para fora por conta do atraso do auxílio-moradia", lamenta.


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