Muito aceito e muito perigoso, o álcool afeta corpo, cérebro e psicológico | F5 News - Sergipe Atualizado

Saúde e bem-estar
Muito aceito e muito perigoso, o álcool afeta corpo, cérebro e psicológico
Psicóloga explica que fatores como a sensação de prazer potem potencializar o vício
Cotidiano | Por F5 News 20/09/2025 15h30 |


Uma pesquisa divulgada pelo Datafolha no início deste ano, mostrou que os brasileiros dizem que reduziram o consumo de álcool por motivos que vão desde o cuidado com a saúde até por motivos religiosos.

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o consumo de bebidas alcoólicas causa cerca de 12 mortes por hora no Brasil. A sensação de relaxamento que o álcool causa pode esconder um problema que tanto a saúde física como a emocional.

O F5 News conversou com a psicóloga Thais Lopes. Ela explica que fatores como histórico de uso do álcool na família, além de ansiedade, preocupação e estresse, também podem contribuir para o aumento do consumo de bebidas alcoólicas. 

“A estimulação precoce ao hábito de beber, pela própria família e amigos, contribui bastante para a manifestação da doença. Essa sensação de bem-estar pode reforçar a vontade de alívio imediato e gratificação”, afirma a psicóloga.

Mas o que não se fala é que o consumo a longo prazo pode ocasionar lesões cerebrais irreversíveis.

“Estudos de neuroimagem mostram que importantes áreas cerebrais são afetadas no grupo dos etilistas, o que ocasiona déficits cognitivos e motores, danos na memória, lentificação do raciocínio, aumento da impulsividade e dificuldade para tomada de decisões, etc”, descreve Lopes ao F5.

O neurologista Renê Vasconcelos acrescenta que o uso frequente provoca mudanças estruturais e químicas no cérebro como a atrofia (encolhimento) de regiões importantes, como o córtex frontal, responsável pelo planejamento e autocontrole, além de riscos irreversíveis. 

“O consumo crônico está ligado a diferentes problemas neurológicos, como demências, neuropatia periférica (lesão nos nervos), dificuldades graves de memória — como na síndrome de Korsakoff — e aumento do risco de doenças neurodegenerativas, incluindo Alzheimer.”, detalha o neurologista.

No contexto físico, o gastroenterologista Marcel Lima alerta que os efeitos podem surgir a curto e a longo prazo.

“Em excesso, pode provocar gastrite, vômitos e desidratação. Já o consumo frequente sobrecarrega fígado, pâncreas, coração e cérebro, favorecendo inflamações e lesões permanentes”, explica ao portal.

Ao ser perguntado da possibilidade de existir uma dose segura de consumo do álcool, Lima descreve que mesmo pequenas quantidades já podem aumentar o risco de algumas doenças, mas existe um ponto a ser apresentado. 

“Diretrizes internacionais falam em consumo de “baixo risco”, que seria até uma dose por dia para mulheres e até duas para homens (lembrando que uma dose equivale a uma taça pequena de vinho, uma lata de cerveja ou uma dose de destilado). O ideal, sempre que possível, é reduzir ao mínimo”, afirma o gastroenterologista.

Mas quando abordamos a questão da dependência ao álcool, o problema aumenta. Thais Lopes explana que a dificuldade em perceber-se dependente do álcool, a estimulação social e de pessoas próximas que incentivam o consumo e a sensação de relaxamento, “anestesia” e o bem-estar momentâneo que o álcool produz, geram mais vontade de repetir o hábito e ativa o sistema de recompensa cerebral.

“A longo prazo este hábito pode gerar aumento da tolerância alcoólica (necessita de mais quantidade para obter o grau de relaxamento), dependência, síndrome de abstinência, o que configuram o diagnóstico de alcoolismo”, expressa a psicóloga.

Nesses casos, reconhecer a necessidade de tratamento e pedir ajuda de profissionais especializados para orientar uma conduta assertiva, além do apoio de familiares e amigos é fundamental para reduzir de maneira gradual o consumo. Uso de medicações, psicoterapia e mudança de hábitos e estilo de vida também poderão ser uma opção.

“Fatores como ansiedade, frustração, estresse, sintomas depressivos e eventos traumáticos são queixas comuns em pacientes etilistas. O psicólogo pode orientar o tratamento individual e/ou grupal, baseado na necessidade individual; orientação à família e estímulo a novos hábitos”, afirma Thais Lopes ao F5 News.

“Vale lembrar que o álcool é uma das drogas mais consumidas no mundo e socialmente aceita, mas seus riscos muitas vezes são subestimados. Quem tem histórico familiar de doenças hepáticas, pancreatite ou câncer deve ser ainda mais cauteloso. A melhor escolha, do ponto de vista de saúde, é sempre moderar ou evitar”, completa o gastroenterologista Marcel Lima ao portal F5 News.

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