Da Redação

Hospital de Lagarto atende mais casos de queimados do que o Huse

Enquanto no período de 23 a 25 de junho a Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) atendeu 34 vítimas de queimaduras, o Hospital Regional de Lagarto registrou, no mesmo período, 52 casos relacionados aos festejos juninos. O principal causador desses atendimentos em ambas as unidades de saúde continua sendo os fogos de artifício.

Além desses artefatos, em todo o mês de junho é comum registrar queimaduras por líquidos aquecidos, alimentos quentes e substâncias inflamáveis, como o tinner, muito utilizado para acender fogueiras.

Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, a Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) montou um esquema especial para atender aos casos de queimaduras típicos do período. A unidade ampliou o número de leitos para queimados, o que inclui uma retaguarda de quatro leitos, e está com uma escala diferenciada de profissionais.

Em casos menos graves de queimaduras, a entrada do paciente está sendo feita pela Sala de Sutura do Pronto Socorro. Já para os de maior gravidade, a Área Vermelha está preparada para prestar o atendimento, estabilizando o paciente, encaminhando para o Centro Cirúrgico e, em seguida, para a UTQ.

Mais atendimento no interior

Se comparado ao mesmo período de 2011, o Hospital de Urgência de Sergipe registrou 60 atendimentos, ou seja, os números foram reduzidos em quase 50% neste São João.

De acordo com a coordenadora médica da Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ), Madeleine Ramos, a estrutura da UTQ está preparada para um possível aumento de casos, já que a época junina ainda não acabou. “Estamos com um esquema montado para todo o período, inclusive para os dias mais críticos, que são as vésperas do São João e do São Pedro”, destacou.

Em Lagarto, dos 263 atendimentos de urgência e emergência registrados entre a zero hora da sexta-feira, 22, e as 7 horas desta segunda-feira, 25, pelo menos 52 foram de casos de procedimentos cirúrgicos relacionados aos festejos juninos. “Somente no sábado, 23, dos 102 atendimentos, 35 foram relacionados a intervenções cirúrgicas como consequência, principalmente, de acidentes com fogos de artifício e fogueiras”, explica o enfermeiro Oldegar Júnior, coordenador de Pronto Socorro do Hospital de Lagarto.

Ele informou que no domingo, 24, dos 107 atendimentos registrados na  urgência e emergência do HRL, 17 casos também foram de procedimentos cirúrgicos relacionados aos festejos juninos. Tanto em um caso como no outro, as principais consequências para os pacientes foram queimaduras de 1º, 2º e 3º graus. “Houve um caso de 3º grau, com realização de ato cirúrgico em um dos dedos da mão direita do paciente, no caso um desbridamento - procedimento para remoção de corpo estranho ou tecido desvitalizado”, disse Oldegar.

“Desde a amputação traumática de membros (como a dos dedos), desconfiguração de face, comprometimento funcional de mãos, braços e pernas, além de invalidez e até o óbito são as consequências mais comuns para aqueles que manuseiam inadvertidamente fogos de artifício. E muitas vezes as sequelas em pacientes envolvidos nesses acidentes são irreversíveis. E na maioria dos casos, as principais vítimas são as crianças e os jovens”, acrescenta Johnson Lucas Marques, diretor-técnico do HRL e médico emergencista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Sergipe (Samu 192 Sergipe).

Foto: Bruno César