MPF pede condenação por tortura e homicídio qualificado no caso Genivaldo
Procuradora Eunice Dantas reforça a violência desnecessária e premeditada na abordagem policial Cotidiano | Por F5 News 06/12/2024 17h39 - Atualizado em 06/12/2024 17h57 |A procuradora-chefe do Ministério Público Federal (MPF) em Sergipe, Eunice Dantas, se pronunciou nesta sexta-feira (6) sobre o julgamento dos réus envolvidos na morte de Genivaldo Santos, ocorrida em 2022 durante uma abordagem policial na BR-101, em Umbaúba (SE). Em entrevista, Dantas afirmou que espera a condenação dos réus por tortura e homicídio triplamente qualificado, destacando que o crime foi premeditado e envolveu uma série de abusos.
"Esperamos que ao final do julgamento eles sejam de fato condenados por tortura e com o crime de homicídio triplamente qualificado", afirmou a procuradora. De acordo com Eunice Dantas, o Ministério Público considerou comprovado que os policiais torturaram Genivaldo, causando-lhe sofrimento físico e mental intenso, com a intenção de puni-lo por não ter obedecido à abordagem, que ela classificou como "desnecessária". "Genivaldo não estava cometendo nenhum crime", destacou.
Ela ressaltou ainda que a falta de capacete, que motivou a abordagem, é uma infração administrativa comum, especialmente no interior de Sergipe, e não justifica a violência utilizada. "80% das pessoas andam sem capacete", disse.
A procuradora também afirmou que os réus agiram de forma inadequada, com uma escalada de agressões que culminou em tortura.
Durante o julgamento, a procuradora reconheceu o sofrimento tanto da família da vítima quanto dos réus, mas destacou a importância de fazer justiça. "A gente entende o sofrimento das famílias, mas a justiça precisa ser feita", afirmou. Eunice Dantas finalizou destacando que a condenação dos réus seria um passo importante para garantir a justiça no caso.
Caso Genivaldo
O caso gerou comoção nacional e foi incluído no Observatório de Causas de Grande Repercussão, que acompanha processos de grande impacto social, econômico e ambiental. Genivaldo Santos, que sofria de esquizofrenia, morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda, segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML). Ele não estava armado e não apresentava qualquer perigo aos policiais.





