Provavelmente você já ouviu a frase “o golpe está aí, cai quem quer”. A expressão presente em uma música que viralizou há alguns anos se contrapõe com a realidade, afinal, ninguém quer cair em um golpe. E quando o cenário é virtual, o perigo ainda é maior.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), 6147 casos de estelionato na internet foram registrados no estado de Sergipe em 2024. Até o dia 23 de fevereiro deste ano, outros 908 já foram notificados.

A assessora de comunicação e marketing Crys Moura foi uma das muitas vítimas desse crime que se tornou corriqueiro em Sergipe, no Brasil e no mundo. Ela conta que no final do ano passado teve seu aplicativo de mensagens clonado após fazer inscrição em uma palestra. 

Crys Moura - cedido ao F5 News

“Assim que finalizei a inscrição, recebi uma ligação de um rapaz dizendo ser da equipe do palestrante e que precisaria me colocar no grupo dos inscritos para a palestra. Me enviou um código por SMS e pediu que fizesse a leitura para ele, obedeci de imediato pois tinha feito realmente a inscrição conforme ele relatou na conversa. Assim que passei o código, toda minha pasta de WhatsApp sumiu. Várias pessoas me ligaram para confirmar se o número de contato era o meu, pois estavam usando meu número para solicitar valores”, afirmou Crys ao portal.

O F5 News conversou com a advogada e especialista em cibercrimes, Brunna Simon Vecchi. Ela explica que os criminosos utilizam táticas baseadas na urgência e na desatenção da vítima para induzi-la a agir rapidamente sem verificar a veracidade das informações. 

Brunna Simon Vecchi - Cedido ao portal F5 News

“Geralmente, os golpes vêm acompanhados de mensagens com tom alarmista, alegando pagamentos pendentes, bloqueios de conta bancária ou dívidas inesperadas, criando um senso de pressa para que a pessoa tome uma decisão imediata”, explica a advogada.

“Se houver solicitação de dinheiro ou dados sensíveis, como senhas e códigos de verificação, é um forte indicativo de golpe, pois bancos e empresas legítimas não pedem essas informações por mensagens”, acrescenta ao F5.

No caso de Crys, a ação do estelionatário foi rápida e ela só percebeu que havia tido o aplicativo clonado. “Tudo o que ele falou era real, eu realmente havia me inscrito para a palestra, não tinha como desconfiar. A sensação foi horrível”, desabafa a assessora.

A advogada Brunna Vecchi ainda recomenda questar bem informado e atento aos sinais. “Quando você conhece como os golpes funcionam e entende as estratégias utilizadas pelos criminosos, consegue identificar tentativas de fraude e agir com cautela. Além disso, ao possuir informações suficientes, você pode questionar o golpista, desestabilizando sua abordagem e, muitas vezes, encerrando a tentativa antes que ela avance”, aconselha Brunna.

“A experiência é horrível e estar atento a toda e qualquer ligação estranha ainda é a melhor forma de se precaver. Se puder dar uma dica sugiro que desconfiem de tudo e de todos. Na Internet nada mais é confiável,  infelizmente”, adiciona Crys Moura ao portal F5 News.