Pastores acusados de homicídio já foram condenados por explorar jovens em Aracaju
Casal de Aracaju responde a júri por morte de mulher e carrega condenação por exploração e tortura de adolescentes Cotidiano | Por F5 News 02/10/2025 16h25 |O Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE) informou, nesta quinta-feira (2), que o casal de pastores acusado de envolvimento na morte de uma mulher já havia sido condenado por práticas de exploração e tortura contra adolescentes e jovens.
Segundo o órgão, os fatos apurados também tiveram repercussão na esfera trabalhista. Um inquérito instaurado apontou que a missionária e o pastor fundaram uma igreja em Aracaju e utilizavam métodos ilícitos para atrair jovens, obrigando-os a trabalhar gratuitamente ou mediante pagamento irrisório.
Entre as atividades, estavam a coleta de latinhas, a venda de alimentos em vias públicas e serviços domésticos em jornadas extenuantes. As vítimas também eram submetidas a agressões físicas e psicológicas, em condições análogas à escravidão.
Diante das provas reunidas, o MPT-SE ajuizou uma Ação Civil Pública, que resultou em sentença favorável na 6ª Vara do Trabalho de Aracaju. Os réus foram condenados ao pagamento de R$ 1 milhão por dano moral coletivo, além de indenizações individuais a duas vítimas.
Julgamento por homicídio
Na esfera criminal, teve início na última quarta-feira (1º), no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju, o julgamento do casal de pastores, do filho deles e da irmã da vítima. Eles são acusados de envolvimento na morte de uma mulher em julho de 2020, no Bairro Marivan, na capital.
As investigações apontaram que a vítima foi morta por espancamento, e o corpo transportado no carro do pastor até o interior de Alagoas, onde teria sido queimado e enterrado em um canavial. O corpo nunca foi encontrado, apesar das escavações realizadas. Após o crime, os suspeitos fugiram para Riachuelo (SE) e, posteriormente, para São Paulo, onde foram presos em 2022.
Atualmente, dos quatro réus, a pastora permanece presa aguardando o resultado do júri, que deve durar três dias. A defesa, por meio de sua advogada, informou que pretende esclarecer a participação de cada acusado no caso.
Denúncias
Casos de exploração de trabalho infantil, trabalho escravo ou outras violações podem ser denunciados ao MPT-SE pelo site prt20.mpt.mp.br, pelo telefone (79) 3194-4600, ou presencialmente na sede do órgão, localizada na avenida Desembargador Maynard, nº 72, Bairro Cirurgia, em Aracaju. Também é possível registrar denúncias na Procuradoria do Trabalho em Itabaiana, na avenida Otoniel Dórea, nº 445, Centro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h.





