Na manhã desta quinta-feira (21), a Polícia Civil deflagrou a operação “Anti-desmanche” na cidade de Cristinápolis, no Sul Sergipano. Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra nove investigados que têm relação com a prefeitura do município e possíveis participações em crimes de fraudes em licitação, associação criminosa e peculato. O Instituto de Criminalística (IC) foi acionado para fazer análises nos equipamentos apreendidos.

A investigação iniciou a partir do recebimento de denúncias de que servidores da administração pública estariam subtraindo peças de veículos e destinando à venda clandestina. Além disso, as denúncias apontavam que eles faziam parte de um esquema de desvalorização dos veículos da frota pública de maneira intencional para que fossem comercializados em leilões de bens móveis e os mesmos depreciadores dos carros se beneficiavam com a arrematação dos veículos a preços muito baixos nos leilões.

[GALERIA][/GALERIA]

A Polícia Civil constatou que a prefeitura de Cristinápolis firmou contratos de locação de veículos com seis empresas do ramo, sendo que os altos valores chamaram a atenção dos investigadores.

O Ministério Público solicitou instauração do inquérito policial e, como o prefeito da cidade, Sandro de Jesus Santos, tem foro por prerrogativa de função, o Tribunal de Justiça avaliou o pedido e autorizou imediatamente.

Segundo as informações, nos últimos anos houve uma grande deterioração da frota dos veículos, carros sem motor, caixa de marcha e pneus. Entre a transição de prefeitos, os carros estavam em boas condições de funcionamento. Por três vezes foi solicitado o relatório de transição do Governo, porém o documento foi enviado com informações precárias e parciais. 

Os investigadores suspeitam que a prefeitura tenha superfaturado valores de contratos de locação de veículos, com os mesmos modelos sendo contratados em cidades próximas por R$9 mil e na cidade de Cristinápolis no valor de R$25 mil, a exemplo de um caminhão-pipa. 

Ficou apontado que as contas bancárias dos suspeitos possuem uma grande movimentação financeira de valores, cerca de 285 transações foram realizadas entre os investigados.

A Polícia Civil irá levantar os indícios para a conclusão do inquérito policial e responsabilização criminal de gestores públicos de Cristinápolis responsáveis pelos crimes citados. 

O que diz a Prefeitura de Cristinápolis

A gestão muncipal se pronunciou através de uma nota. Confira o que foi dito na integra:

A Prefeitura Municipal de Cristinápolis vem a público esclarecer o ocorrido na manhã de hoje, 21/09, quando o Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública da Polícia Civil (Deotap) realizou a Operação em nossas dependências e em residências de nove investigados ligados à nossa administração.

Entendemos a importância das investigações conduzidas pelas autoridades competentes e cooperaremos plenamente no processo. Valorizamos a transparência e a justiça em todas as nossas ações, e estamos comprometidos em assegurar que qualquer conduta irregular seja devidamente esclarecida e tratada com rigor.

Estamos à disposição para colaborar com as autoridades na busca pela verdade e na manutenção da confiança em nossa gestão pública.

Com informações da Polícia Civil