Por Fernanda Araujo

“Problemas têm causado depressão, suicídio e loucura no servidor”

O presidente do Sintrase, Waldir Rodrigues, anuncia a Campanha Salarial 2013 dos servidores públicos de Sergipe. No sentido de o Estado pagar a dívida do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração à raia miúda, a liderança do sindicato afirma que só descansará quando a tabela salarial dos servidores for refeita.

“Os planos de carreira estão prontos, mas falta a negociação da base financeira e levar para a aprovação, já tentamos negociar, mas ainda não recebemos retorno do governo. Estamos renovando o sindicato com a esperança dos novos e a experiência dos mais antigos. Com isso, vamos acompanhar cada passo do governador por região. Sergipe está mapeado, a marcação vai ser cerrada como jogo de futebol, homem a homem e por zona”, avisa Waldir Rodrigues.

Segundo Waldir, a paciência com as promessas do governador Marcelo Déda, feitas desde 2010, esgotou. A esperança, agora, é que 2013 seja o ano chave para resolver as questões salariais. De acordo com ele, são 4.150 servidores que só recebem salário mínimo e em torno de 15 mil que recebem algum tipo de gratificação, mesmo assim, na aposentadoria ganham menos que o salário inicial.

“Ou é agora ou não é mais. A situação que encontramos hoje é vexatória. Os servidores que chegam até o nível tecnólogo, executando serviços básicos, auxiliar administrativo, motorista, e outros, começam com salário de 622 reais, 30 anos depois está menor que o mínimo, em doutorado passa a ganhar R$ 887,70. Os servidores precisam de adicional provisória para completar o salário, então, é uma situação constrangedora que precisa acabar”, relata.

O presidente declara que as dívidas do Estado não são desculpas para não aumentar a tabela salarial dos servidores. Para ele a culpa é da má administração e da falta de planejamento. A situação dos servidores no Estado é ainda pior. “É tanto que tem três meses que não tem secretário de planejamento. Esses problemas têm causado depressão, suicídio e loucura no serviço público. As pessoas não conseguem se manter com o mínimo do padrão que tinham antes. Aí correm atrás de prefeitura, atrás de remédio porque nem isso podem comprar. Em contrapartida, no topo da tabela tem gente ganhando mais de R$ 30 mil, e o governo se orgulha em pagar os melhores salários do país. Mas, em baixo da tabela tem salários que não correspondem com a realidade do servidor público”.

Ações

Para o Sintrase o momento agora é esperar a posse do secretário de planejamento, Jefferson Passos, e lançar o calendário de luta para depois do Carnaval. “Vamos criar ações diferenciadas que aborreçam o governo, mas que não prejudique a sociedade. Diferente de greve serão coisas que nenhum sindicato fez, o céu é o limite. Hoje Dilma está aqui, poderíamos fazer uma manifestação, mas não fizemos. A partir de fevereiro não o deixaremos em paz. Vamos fazer manifestações sim. Quer amizade, vai ter amigo, quer inimizade vai ter inimigo”.

Foto: Fernanda Araujo