Produtores de leite relatam ataques de cães errantes no sertão sergipano
Faese e UFS organizam censo para mapear animais em Porto da Folha Cotidiano | Por F5News 27/08/2025 18h30 |Produtores rurais do alto sertão sergipano têm enfrentado prejuízos recorrentes provocados por ataques de cães errantes. Josevaldo Oliveira, produtor de leite do povoado Lagoa Redonda, em Porto da Folha, relata já ter perdido uma vaca que havia acabado de parir e um bezerro de alto padrão genético, ambos atacados por matilhas.
Situações semelhantes têm sido registradas por outros associados da Cooperativa Master Leite em povoados como Lagoa da Volta e Lagoa Redonda. De acordo com os produtores, os ataques acontecem principalmente de madrugada e ao amanhecer, atingindo desde galinhas até animais de grande porte. Câmeras de segurança instaladas nas propriedades flagraram alguns desses episódios.
Diante da gravidade, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe (Faese) coordena, a partir de setembro, o censo dos cães errantes em Porto da Folha. A iniciativa contará com apoio técnico da Universidade Federal de Sergipe (UFS), envolvendo professores e estudantes do sertão. O objetivo é identificar o número de animais e os pontos mais críticos para embasar estratégias de controle.
Outro encaminhamento é a criação de um espaço adequado para receber os cães capturados e viabilizar a castração. A deputada estadual Kitty Lima se comprometeu a disponibilizar profissionais e destacou que apenas com uma rede de cooperação será possível avançar na solução.
Na manhã desta terça-feira (26), a sede da Faese, em Aracaju, sediou uma reunião institucional para a 3ª etapa do caso “Cães Errantes”. Estiveram presentes produtores da Master Leite, representantes da OAB/SE — incluindo o advogado Miguel Arcanjo e o presidente da Comissão de Direito Animal, Emanuel Matias — além da analista do núcleo pecuário Mikaele Pereira, o analista jurídico Marcos Henrique e a deputada Kitty Lima.
A OAB/SE se comprometeu a oficiar a Prefeitura de Porto da Folha, cobrando providências imediatas. Entre os encaminhamentos definidos estão a instalação de abrigo temporário para os animais, estruturação de um canil, higienização e cuidados básicos, apoio da Emdagro em castrações e atuação dos agentes de endemias. Também foram discutidas medidas jurídicas junto ao Ministério Público e processos já em andamento.
Desde o início das mobilizações, a Faese tem articulado reuniões com produtores, instituições públicas e entidades de classe. Em agosto, um encontro com representantes da UFS consolidou a parceria para realização do censo e diagnóstico situacional.
A realização do censo em setembro e a definição de espaço para castração são consideradas medidas urgentes e prioritárias.





