Sergipe fortalece papel no gás natural e avança em transição energética
Plano estadual prevê produção diária de 18 milhões de m³ de gás e consulta pública vai até 12 de outubro Economia | Por Agência Sergipe 11/09/2025 15h30 - Atualizado em 11/09/2025 15h49 |Com cerca de 20% das reservas de gás natural do Brasil, Sergipe é reconhecido como protagonista no setor. A exploração desses recursos será intensificada por meio do projeto Sergipe Águas Profundas (Seap), que prevê a produção de 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Esse potencial é base na construção da política do Governo do Estado, sendo um dos destaques na organização do Plano Estadual de Transição Energética. A agenda, que está em sua última fase de elaboração, sintoniza Sergipe ao debate global sobre descarbonização, unindo desenvolvimentos econômico e sustentável.
O Plano Estadual de Transição Energética (ou Agenda Estratégica de Transição Energética do Estado de Sergipe) é conduzido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), em parceria com o Centro de Estudos de Energia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Energia). O estudo se alinha a diretrizes federais e internacionais, com foco na menor emissão de gases do efeito estufa, na maior eficiência no uso de energias e no incentivo à inovação.
O plano vem sendo articulado desde o ano passado, com previsão de entrega até o fim de 2025. A última e atual etapa é a consulta pública, que segue aberta até 12 de outubro. A consulta permite que a sociedade contribua com opiniões, mantendo a transparência e participação coletiva no documento técnico.
O gás natural se caracteriza como um combustível de transição, considerado menos poluente em relação a outras matrizes fósseis, e pode servir como passo intermediário para a implantação de fontes mais limpas, como a eólica e a solar. Além disso, o gás funciona como apoio às energias renováveis, geralmente intermitentes. Outra vantagem do gás natural é sua flexibilidade, já que a infraestrutura de produção, armazenamento e distribuição do insumo dispõe de maior facilidade para o rápido acionamento e desligamento. Por esses e outros motivos, a política de transição energética em Sergipe salienta o gás natural como uma de suas principais apostas.
O gestor da Sedetec, Valmor Barbosa, destaca o compromisso do Estado com a transição energética. “O gás natural, recurso abundante em nosso estado, é peça-chave nesse processo e tem sido integrado de forma estratégica ao plano. Para além de um diagnóstico técnico, o estudo é um insumo importante para fortalecer a atração de investimentos, projetando Sergipe como referência na nova economia de baixo carbono”, afirma.
Gastech
O alinhamento de Sergipe com as discussões internacionais sobre transição energética é demonstrado pela participação do Governo do Estado na Gastech. Considerada a maior exposição e conferência do mundo sobre gás natural, GNL, hidrogênio e tecnologias climáticas, o evento segue até o próximo dia 12 em Milão, na Itália. Em sua 53ª edição, a Gastech aborda o papel do gás natural no fornecimento de energia acessível, confiável e de baixo carbono para atender à crescente demanda global.
Durante o evento, a comitiva sergipana abriu e expandiu diálogos com líderes empresariais, apresentando Sergipe como vanguarda no setor de gás natural e destino propício a investimentos. Liderada pelo governador Fábio Mitidieri, a comitiva incluiu representantes da Sedetec, da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Codise), da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Agrese) e da Sergipe Gás (Sergas).
“Nosso estado abriga o primeiro terminal privado do país, da Eneva, conectado à malha de transporte nacional, da Transportadora Associada de Gás (TAG). Também somos segundo lugar nacional em regulação pelo Ranking do Mercado Livre de Gás (Relivre). Além disso, o Estado está investindo mais de R$ 13,7 milhões na interiorização do gás, incluindo a expansão da rede em Lagarto, Barra dos Coqueiros e Estância. Tudo isso mostra como nosso estado está preparado para oferecer infraestrutura e segurança jurídica aos investidores”, acrescenta Valmor Barbosa.





