As síndromes gripais são conhecidas como doenças sazonais por terem um aumento no registro de casos na mesma época do ano. De uma maneira geral, isso ocorre nos períodos de outono e do inverno, quando os termómetros registram temperaturas mais baixas. Mas em 2024, essas síndromes estão causando maior preocupação em Sergipe, em razão da alta quantidade de pessoas infectadas. 

As crianças estão sendo as mais afetadas, representando a maioria dos pacientes que estão buscando atendimento médico, sendo que já faltam leitos de UTIs pediátricas em toda a rede hospitalar diante da alta demanda. Por isso, os cuidados com os pequenos precisam ser redobrados. A reportagem do Portal F5 News foi em busca de orientações de especialistas para saber mais sobre a prevenção.

Em primeiro lugar, é preciso entender o que são essas síndromes. A infectologista Mariela Cometki explica que se tratam de doenças infecciosas de transmissão respiratória que tem na sua grande maioria sintomas muito parecidos. Elas ocorrem nos períodos mais frios por causa de alguns fatores e comportamentos que propiciam a circulação dos vírus e, por consequência, a contaminação. 

“As baixas temperaturas afetam nosso comportamento e nossas mucosas. É comum ficar em locais pouco arejados ou fechados e, inflamando e micro lesionando as mucosas nasais, há mais chances da entrada de vírus e bactérias, causando infecções”, diz a dra. Mariela. Para evitar a contágio, é preciso redobrar os cuidados. “Lavar bem e frequentemente as mãos, lavagem nasal diária, consultas regulares e vacinação em dia”, completa.

Uma das doenças que mais circula é a bronquiolite. A pediatra Natascha Cabral explica que a síndrome acomete com mais gravidade as crianças menores de dois anos e, principalmente, os menores de seis meses. "Portanto, para as crianças nessa faixa etária, principalmente os bebês, é importante evitar lugares cheios, saídas desnecessárias e contato com familiares adoecidos e com suspeita de gripes", aconselha. 

"A lavagem de mãos e uso de máscaras pelos que estão infectados sempre é bom. Além disso, manter a vacinação em dia é muito importante, e assim que comecem os sintomas já iniciar a lavagem nasal", destaca a pediatra. Uma vez que a criança apresente os sintomas, é importante também evitar contato com outros – inclusive, sem levá-las à escola para evitar mais contaminações. 

Para um tratamento rápido, é essencial ficar de olho nos sinais da doença. "Bebês muito pequenos podem apresentar desconforto por obstrução nasal. Na bronquiolite, os sintomas pioram entre o terceiro e quinto dia e é nesse período que as crianças tendem a precisar de suporte hospitalar. Caso note piora do estado geral, dificuldade para respirar, recusa alimentar, os pais devem procurar assistência médica", recomenda a Dra. Natascha.