A Secretaria da Segurança Pública de Sergipe informou, em nota divulgada nesta segunda-feira (29), que aguardará a conclusão de todos os exames periciais para esclarecer, de forma definitiva, as circunstâncias relacionadas à morte da médica Daniele Barreto, ocorrida no último dia 9 de setembro.

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O órgão lamentou a divulgação de informações falsas, como a alegação de que teriam sido encontrados vestígios de sêmen de dois homens no corpo da vítima, e reiterou a confiança no trabalho realizado tanto pelos servidores que atenderam a ocorrência quanto pelo Instituto Médico Legal (IML).

As investigações estão sob responsabilidade do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), que já recebeu o primeiro laudo de DNA — um dos vários que ainda serão apresentados à autoridade policial. Segundo a Secretaria, os investigadores já dispõem do perfil genético identificado pelo Instituto de Análise e Pesquisa Forense, elemento que contribuirá para o completo esclarecimento dos fatos.

O escritório Trindade Advocacia, que representa a família da médica, também divulgou nota informando que acompanha todo o processo junto ao DAGV. O comunicado reforça que, em nenhum momento, foram atribuídas responsabilidades ilícitas a órgãos ou pessoas específicas, tampouco apontada a colaboração de terceiros nos fatos relatados pela imprensa. A defesa afirma buscar apenas a regular continuidade das investigações, de forma técnica e imparcial, para que a verdade real seja alcançada.

Entenda

Na sexta-feira (26), o advogado Fábio Trindade, que representa a família, afirmou em entrevista a uma rádio que um laudo do IML confirmava a presença de DNA masculino nos órgãos genitais da vítima. Segundo ele, o material foi encontrado não em forma de sêmen, mas como resquício genético.

No sábado (28), a Associação dos Agentes Técnicos de Carreira da COGERP/SE (AAGTEC) publicou nota de “veemente repúdio” às declarações que relacionaram profissionais do IML de Sergipe a supostos atos de necrofilia no caso da médica.

O caso Daniele Barreto

A cirurgiã plástica de Aracaju, principal suspeita de envolvimento no assassinato do marido, o advogado criminalista José Lael de Souza Rodrigues, em outubro de 2024, foi encontrada morta no Presídio Feminino (Prefem) em 9 de setembro.

Daniele havia retornado ao regime fechado após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que revogou sua prisão domiciliar. As investigações do assassinato do advogado apontam como motivação conflitos familiares, um relacionamento extraconjugal e disputas patrimoniais.