A inclusão de uma nova empresa do sistema do transporte coletivo de Aracaju foi antecipada diante do risco de paralisação da operação da Progresso, conforme afirmou nesta quinta-feira (3) a prefeita Emília Corrêa, pelo não cumprimento do decreto estabelecido pela Prefeitura de Aracaju com os requisitos para prestação do serviço na capital sergipana, mais especificamente a idade média dos veículos da frota de até 12 anos.

Arquivo F5News

A RS Transporte começou a assumir as linhas até então operadas pela Progresso nesta quinta. Segundo a Prefeitura, inicialmente serão colocados em circulação 80 ônibus. No primeiro dia, conforme apuração do F5 News, somente dez veículos da RS saíram para rodar na capital. 

Com mais de 40 anos atuando na capital sergipana, a Progresso tinha até o dia 10 de abril para substituir os veículos com mais de 12 anos na frota, mas segundo a prefeita, a própria empresa sinalizou a possibilidade de descontinuidade do serviço antes mesmo do prazo.

“A própria Progresso resolveu parar. Eles fizeram essa comunicação e a gente já tinha um plano B porque imagine que seria um dano de desassistência muito grande para a população usuária do transporte coletivo. A gente já tinha contactado com a empresa de fora. São ônibus com ar-condicionado, bons ônibus”, disse Emília em entrevista ao F5News nesta quinta-feira.

Entretanto, a Viação Progresso disse ter sido surpreendida pela substituição que, segundo a empresa, não teria sido formalmente comunicada pelo Executivo Municipal. A situação levou a assessoria jurídica da empresa a acionar a gestão municipal judicialmente, uma vez que, 11 novos veículos já tinham sido adquiridos para início de renovação da frota. 

“Considerando o volume de investimentos para o início da aquisição da nova frota, previamente anuída pela SMTT, confiante, a Viação Progresso solicitou e ainda espera por uma data para agendamento da vistoria dos veículos que já estão na garagem da empresa”, apontou a Progresso em nota, acrescentando que busca “resguardar o bom direito e a convivência harmoniosa com o poder público”.

Os imbróglios envolvendo o transporte coletivo na capital aumentaram a pressão pela realização de um novo processo de licitação para concessão do serviço. A Prefeitura estimou um prazo de seis meses para realização da licitação, mas fontes ligadas ao setor acreditam ser um tempo insuficiente. Emília manifestou sua pressa em adotar alternativas mais imediatas até que a licitação seja concluída.

“São medidas que você tem que ter coragem e postura, não importa o risco que você corra. Você não pode deixar a população desassistida mais do que ela já é”, pontuou a prefeita.

A RS Transportes sinalizou que vai absorver os trabalhadores da Viação Progresso.