Fechamento de empresas não é culpa só da crise, analisa economista
Número de empresas fechadas cresce quase 95% em Sergipe Economia 28/10/2015 13h05 |Por Will Rodrigues e Fernanda Araujo
O número de empresas que baixaram as portas este ano em Sergipe já é quase 95% maior do que o registrado nos nove primeiros meses do ano passado. Até setembro 2.788 encerraram as atividades, enquanto no mesmo período do ano passado 1.400 tinham sido extintas. O número de fechamentos em 2015 também já é 43% maior do que o total de empresas fechadas durante todo o ano passado (1.949). Por outro lado, a Junta Comercial do Estado de Sergipe (Jucese) também registrou até setembro, 3.117 novos negócios em território sergipano, um crescimento tímido de 1,3% comparado ao ano passado, quando foram abertas 3076 empresas. Economistas acreditam que os dados devem ser observados com cautela e não culpam apenas o atual momento de instabilidade econômica nacional.
O presidente da Jucese, George Trindade, indica que, além da crise, o número crescente de empresas fechadas está diretamente relacionado à Lei Complementar 147/2014, que modificou o Estatuto da Micro e Pequena Empresa. A partir de janeiro deste ano, todas as empresas passaram a obter a baixa de seus registros na Junta Comercial sem a necessidade de apresentar certidões negativas de débitos. “Muitas empresas que estavam ativas na Junta Comercial, porém não funcionavam mais, estão tendo a oportunidade de se regularizar”, diz.
A economista da Fecomércio Sergipe Sudanês Pereira aponta que a recessão da economia brasileira começou a se refletir em Sergipe no final do primeiro trimestre deste ano, com a desaceleração das vendas no comércio e no setor de serviços, provocando demissões em massa, mas ela reconhece que os empresários têm se esforçado em manter seu negócio. “Antes de fechar a loja, o empresário traça um plano estratégico, reposiciona os funcionários, faz a parte dele até onde dá. Quando as vendas caem, começa a pensar em fechar e demitir”, explica.Sudanês ainda acrescenta outras variáveis entre os motivos que levam ao fechamento, entre elas o aumento nas contas de água, da energia elétrica e ainda de tributos como o ICMS proposto pelo Governo do Estado, por exemplo. “Não há sinalização do estado para indicar um caminho. Se tivéssemos política pública nesse setor de comércio e serviços melhoraria a situação. Tanto o nosso comércio quanto o setor de serviços de Sergipe não têm um encaminhamento com a indústria (para facilitar as negociações), o que seria uma alternativa importante”, acredita.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Aracaju (CDL), Breno Barreto, salienta que o momento é de cautela e a classe empresarial vive dias de receio, mas entende que a saída é trabalhar com criatividade. “Algumas lojas já estavam com dificuldades. A crise existe, mas em alguns setores mais e em outros menos. Temos que ter prudência para falar de fato o que está acontecendo e o que é especulação. O empresário que quiser se manter vai ter que tomar suas medias, algumas indústrias automobilísticas, por exemplo, estão acordando com os sindicatos a redução da carga horária para diminuir o custo de folha de pagamento. O principal é ter cautela, criatividade e ânimo”, sugere.Sudanês concorda que este é o momento de abusar da criatividade e de melhorar as estratégias de vendas, apostando, sobretudo, nas promoções. “Melhor vender o estoque bem para ele adquirir recursos e comprar produtos novos que aí vai chamar mais cliente”, avalia Sudanês.


Laranja se destaca com aumento de 94% no valor de produção; milho segue líder no estado

Estado teve alta de 11,7% em 12 meses, acima do país e alinhado ao avanço do Nordeste

Plano estadual prevê produção diária de 18 milhões de m³ de gás e consulta pública vai até 12 de outubro

Operação mirou lojas do Centro que vendiam eletrônicos e brinquedos irregulares

Na véspera, o dólar terminou a sessão em queda de 0,53%, cotado a R$ 5,439. Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 0,52%