Por Fernanda Araujo

Uma boa alternativa para quem está no sufoco são os feirões de negociação de dívidas. O Procon de Aracaju, em parceria com a Federação do Comércio de Sergipe (Fecomércio/SE), começou nesta segunda-feira (14), desde às 8h, o Mutirão do Nome Limpo na capital sergipana. As negociações com diversas instituições, como Gbarbosa, Banese, Caixa Econômica, Banese Card, Sesc e CDL seguem até as  17h e vão continuar na terça e quarta-feira (16).

O mutirão acontece no ginásio Charles Moritz, na rua Senador Rollemberg, Centro da capital, e as oportunidades de descontos podem variar de 50% a 90% do valor total das dívidas dos consumidores. No entanto, segundo a Fecomércio, o percentual de desconto vai depender, por exemplo, do tempo da dívida, do valor, da taxa de juros, se é cheque especial etc.

“Cada caso tem um limite específico e no desenrolar do dia as gerências vão autorizando créditos ou possibilidades maiores que vêm facilitando o consumidor. Não tem nada fixo, vai depender do tipo de problema que você tenha com o respectivo estabelecimento”, explica superintendente do Sistema Fecomercio/SE, Alexandre Wendel (foto).

O número de consumidores com contas em atraso já soma 58 milhões de brasileiros e representa quase 40% da população entre 18 e 95 anos, segundo dados divulgados esta semana pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O SPC estima que 3,4 milhões de novos devedores foram incluídos nas listas de inadimplentes desde o início de 2015, quando a estimativa apontava para 54,6 milhões negativados. As pendências em contas básicas de água e luz registraram o crescimento mais elevado em duas das quatro regiões estudadas.

Em Sergipe, aproximadamente 500 mil pessoas estão com dívidas, e o mutirão é o momento para limpar o nome, condição para voltar a ter crédito na praça. “Isso é excelente para o comércio, todo mundo ganha. Se voltam a consumir vai gerar emprego, estabelecimentos vão continuar abertos, o ciclo produtivo volta a funcionar como antes”, avalia Wendel.

O volume que se espera movimentar com o pagamento de dívida é entre 6 e 8 milhões de reais durante o Mutirão. A expectativa é que 5 mil endividados compareçam no local por dia, número maior que o do ano passado, quando foram atendidas de 3 a 4 mil pessoas. No início da manhã de hoje já havia fila, mas que logo foram se dissipando ao decorrer dos atendimentos.

De acordo com a Fecomércio, este ano a estrutura física facilitou na agilidade do atendimento aos consumidores. “Temos mais de 30 atendentes, serviço de lanchonete, de almoço, colocamos cadeiras para mil pessoas, sistema de senha. No ano passado, a internet estava precária, disponibilizamos hoje 100 megabits, não tem problema de queda de dados. Isso tem dado uma dinâmica muito grande, quem esperava passar o dia inteiro aqui já está indo pra casa”, afirma Wendel, ressaltando que haverá possibilidade de um novo mutirão no próximo semestre com outros bancos e empresas de outros segmentos.

Fotos: Fernanda Araujo