A capital sergipana registra uma queda de mais de 78% de passageiros de ônibus em oito dias de quarentena, já são 152 mil passageiros a menos por dia. O levantamento do movimento no transporte coletivo nas capitais é da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros de Alagoas e Sergipe (Fetralse), segundo a qual Aracaju está entre as realidades mais críticas e aponta um risco de colapso no setor em todo o país.

Segundo a Fetralse, os dados compararam as duas últimas sextas-feiras em relação ao mesmo período das semanas anteriores ao fechamento do comércio, das escolas e de outras atividades não consideradas essenciais, para o isolamento social devido à prevenção contra a covid-19.

Segundo o Setransp, colaboradores do transporte seguem orientando os passageiros para organização de filas e lotação máxima nos ônibus exclusivamente com passageiros sentados. Mas, em sua maioria, nesta segunda-feira (30), os terminais já estão com movimentação bem menor. Desde os decretos, a frota foi reduzida em 30% de sua capacidade.

Enquanto isso, as gratuidades, no entanto, continuam em utilização intensa, especialmente entre idosos e deficientes, apesar das recomendações de evitar saídas. Em dez dias, de acordo com o levantamento, em Aracaju, mais de 28 mil desses usuários foram transportados. Antes do período de quarentena por conta da pandemia, a média de passageiros idosos transportados por dia era de 1,2 mil e hoje se aproxima de 3 mil, o que representa aumento de 140% da movimentação registrada.

Atuando com uma frota de 70% para uma demanda de apenas 22%, as empresas apontam dificuldades em cumprir com as despesas do serviço. Para custear a mão-de-obra e combustível são necessários 68% da receita da demanda habitual, ressalta a Federação.

O F5 News questionou o impacto nos tempos de deslocamentos, mas o Setransp não respondeu até a publicação da notícia. 

O mesmo problema de queda foi observado na cidade de Maceió, que obteve queda em mais de 75%. Outros destaques são Goiânia (GO) com 85%; Porto Alegre (RS) com 79%; cidades do interior de São Paulo e Salvador (BA) com 75% cada; e a região metropolitana de Belo Horizonte (MG) com 70%.