Vendas de varejo recuam -2,1% em janeiro em Sergipe, aponta IBGE
2021 também poderá ser difícil para o comércio local, segundo o economista Luís Moura Economia | Por Laís de Melo 13/03/2021 12h00 - Atualizado em 14/03/2021 13h24 |O comércio varejista em Sergipe segue em queda, com recuo de -2,1% em janeiro deste ano, no comparativo com dezembro de 2020 na série com ajuste sazonal. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (12). Na comparação com janeiro de 2020, esse índice apresentou um recuo de -3,7%.
As variações foram positivas durante sete meses seguidos no ano passado, quando em dezembro voltou a cair, com recuo de -6,1%, e iniciou o ano em queda. Na análise do economista e dirigente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômico em Sergipe (Dieese), Luís Moura, o recuo coincide com o pagamento da última parcela do auxílio emergencial do Governo Federal. Segundo ele, havia uma expectativa do comércio de que o ano de 2021 seria melhor do que o anterior, no entanto, os índices do IBGE mostram o contrário.
"O comércio foi profundamente afetado pela pandemia. Por conta da liberação do auxílio emergencial, alguns setores tiveram uma pequena recuperação, mas muitos ligados ao supermercado e ao consumo direto das famílias. Outros setores foram profundamente atingidos pela pandemia. Setor de confecções, vendas de carros, tiveram muitos prejuízos durante a pandemia", aponta o especialista.Conforme dados do IBGE, no comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e Material de Construção, o volume de vendas em janeiro de 2021 também apresentou recuo de -0,7%. Em dezembro, o recuo havia sido de -2,2%. O cumulado dos últimos 12 meses anteriores indicam queda no setor de 2,8%.
"Essa pesquisa sinaliza o efeito do fim do auxílio emergencial e como isso atingiu o comércio no nosso estado. O auxílio introduziu na nossa economia R$ 3,5 bilhões em 2020, e isso turbinou alguns setores do comércio, principalmente aqueles ligados ao consumo de subsistência. Com o fim do auxílio há uma tendência dos meses de janeiro, fevereiro e até mesmo março, serem difíceis para o comércio. Tanto pela questão da queda da renda dos trabalhadores e da falta de auxílio, como do desemprego", afirma Moura ao F5 News.
Ainda segundo o economista, o aumento de casos do novo coronavírus e por consequência o fechamento do comércio, poderá afetar ainda mais as vendas de varejo. "Até 4 de abril teremos restrições do comércio. Por conta disso, mesmo com o pagamento do auxílio emergencial a partir do próximo mês, poderá haver dificuldades do setor de se recuperar. O ano de 2021 também poderá ser um ano difícil", avalia ele, ao acrescentar que já foram fechadas mais de 700 lojas do comércio em Sergipe.
Para Moura, a Prefeitura de Aracaju e o Governo do Estado precisam discutir com os empresários formas de compensação para o período de restrições.





