Desde a primeira edição, em 1993, o Forró Caju não é só uma festa que movimenta o estado e que ajudou a projetar Aracaju para o restante do país. O maior evento junino de Sergipe é também uma vitrine para os artistas, sobretudo para aqueles que estão dando os primeiros passos e encontram terreno fértil para germinar seus talentos.

 

Ainda que, atualmente, esteja em formato diferenciado, sem a presença física do público, e denominada de Forró Caju em Casa, a festa não deixou de ter papel importante como semeador de boas práticas e segue apresentando o que o estado tem de melhor no aspecto musical. A cada ano e edição, a programação abre espaço para novos rostos, novas vozes, novas habilidades que contribuem para o fomento à cadeia produtiva da música local, um recinto democrático que agrega tradição e novos estilos.

 

Em 2021, o evento realizado pela Prefeitura de Aracaju, sob a coordenação da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), agregou potencialidades em sua programação e se renovou, assim como ocorre com a música. Um dos nomes que ilustram bem essa mistura é Thaís Nogueira, que traz no sangue a tradição do forró. Neta de Manezinho de Carira, filha de Erivaldo de Carira e irmã de Mestrinho, a cantora já levou o forró até para fora do país e segue com o propósito de alimentar as raízes de Sergipe pelo mundo. 

 

“Estou desde 2007 no Forró Caju e, independente do formato, é muito significativo fazer parte desse evento. No ano passado, eu não estava em Sergipe, por isso não pude participar, mas em 2021, assim que soube das inscrições, realizei a minha e fui contemplada. Mesmo com o formato virtual, é uma maneira de não deixar a nossa cultura parar. Por ter um legado familiar existe toda uma responsabilidade. Para mim, é um prazer representar o nome da família Carira e trabalhar para continuar com esse legado, fazendo o meu trabalho da melhor maneira possível”, afirma Thaís. 

 

Outro rosto que tem despontado é o de Luanzinho Moraes. Alagoano que adotou Sergipe como sua casa, o jovem começou com a carreira no futebol, mas percebeu que seus caminhos estavam ligados à música. 

 

 

“Comecei na escola, fiz aula de canto. Meses depois, meu professor, Will Pimenta, que era cantor da banda Cintura Fina, acabou falecendo e isso, naquele momento, me desestimulou. Mas, oito meses depois, decidi voltar, gravei meu primeiro CD. Cantar no Forró Caju é um sonho e, mesmo com todos os cuidados, de forma virtual, estou muito feliz porque é uma forma de levar o nosso trabalho para as pessoas, sobretudo quando nossas atividades estão paradas. Agora, é continuar retribuindo o carinho das pessoas com mais trabalho e, assim que for possível, nos reunirmos de forma presencial”, destaca Luanzinho. 

 

Pela primeira vez no Forró Caju, Kayllan Alves sabe o peso que o evento representa para o currículo de um artista. “É um momento muito especial, com muito significado para a carreira que quero construir. Sei que nem todo mundo consegue participar do Forró Caju, por isso é um honra poder fazer parte, mesmo que seja de forma virtual. Meu trabalho ficará gravado, disponível para todo o mundo, através da internet, e isso tem um peso muito grande. Espero que, no ano que vem, quem sabe, eu possa participar novamente, desta vez com a presença do público”, ressalta Kayllan. 

 

 

O Forró Caju em Casa 2021 encerra nesta quarta-feira (30) com uma vasta programação. No total, serão 82 atrações e, aproximadamente, 100 horas de exibição online. Assim como no ano passado, as exibições serão realizadas através do canal da Prefeitura de Aracaju no YouTube.

 

Neste ano, além da transmissão feita pela plataforma de compartilhamento de vídeos, parte da programação foi exibida nas TVs Atalaia, Alese e Câmara de Aracaju. O evento também teve destaque na PMA Rádio Corredor e em todas as redes sociais da Prefeitura e Funcaju. Após serem transmitidos no canal do YouTube, os shows serão disponibilizados na plataforma de streaming "AjuPlay". O evento conta ainda com a parceria da Unissau e da Construtora Stanza.