Ativistas LGBTT ocupam CMA e cobram políticas públicas contra violência | F5 News - Sergipe Atualizado

Ativistas LGBTT ocupam CMA e cobram políticas públicas contra violência
Política 17/05/2016 14h00 |


Por Fernanda Araujo

Ativistas de movimento LGBTT Sergipe ocuparam a Câmara de Vereadores de Aracaju, nesta terça-feira (17), Dia Internacional contra a Homofobia. O grupo pleiteia a mudança na nomenclatura de uma lei, alterando o termo homofobia para LGBTfobia, e protestam contra o constante aumento da violência à população LGBTT.

Já existe no município a lei de combate à homofobia, mas eles pedem a votação da emenda de um projeto que altera a terminologia. “A gente entende que a homofobia só abrange preconceito contra homossexuais, mas existe a lesbofosbia, a bifobia e a transfobia, a nova nomenclatura contemplaria toda a diversidade sexual. Não muda o projeto em si. Não sabemos se vai  entrar na pauta ainda porque, segundo Vinicius Porto (presidente da Câmara), a pauta é extensa”, afirma a ativista Adriana Lohana Santos, transexual.

“Estamos com o Levante Popular, um ato coletivo que compõe instituições LGBT e entidades de juventude, respeitando a identidade de gênero. Infelizmente nesse dia, a população LGBT  ainda é extremamente assassinada, queremos fazer um ato público de protesto contra morte dos cidadãos LGBTT”, relata o ativista Marcel Lima de Menezes, autor do projeto. 

Adriana é transexual e já viveu situação de terror nas mãos de preconceituosos. Ela conta que passou por problemas tanto na universidade, quando foi proibida de usar o banheiro feminino, quanto na rua, onde foi covardemente agredida fraturando o maxilar. “Já passei por agressões físicas verbais e psicológicas na sociedade e todo dia somos vitimados, seja física ou moralmente, as pessoas não entendem que somos seres  humanos como qualquer outro. É difícil ser LGBTT hoje nessa sociedade hipócrita, queremos o direito constitucional de ir e vir sem ser vitimado”, diz.

Para a ativista, a sociedade ainda vive o conservadorismo que, automaticamente, leva ao retrocesso. Apesar dos LGBTTS terem adquirido direitos, Lohana lamenta que hoje não seja um dia de comemorar avanços, já que a cada dia se mata mais homossexuais. “A gente sabe que tem muito mais LGBTTs mostrando a cara, mas não quer dizer que o preconceito reduziu, a gente tem mais coragem de ir às ruas, gritar que somos cidadãos e temos direitos como qualquer outro, mas a gente precisa trabalhar sim. Queremos efetividade nas políticas públicas porque somente a partir delas a população vai começar a ver o LGBTT como cidadão, e aí sim, vamos reduzir o preconceito”, ressalta.

Outras vozes

A luta pelo combate ao preconceito tem dado voz a vários jovens sergipanos. É o caso dos estudantes Emilly Firmino, do Levante Popular, e Kevin Ismerim, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFS.

 

“O preconceito ainda é muito grande e está dentro dessa conjuntura em que o conservadorismo está crescendo cada vez mais, a gente vê nacionalmente perdas de direito. Estamos lutando pela representatividade que não temos e tem sido cada vez menor. Lutar  pela representatividade nas ruas é lutar pela representatividade na política, e contra  os assassinatos de LGBTT, que são mortos pelo simples direito de querer amar quem pode amar”, lamenta Emilly.

Kevin relata que os LGBTTs sofrem ameaças diariamente, até dentro da universidade. Ele é homossexual e mantém relacionamento há três anos, além de não ter boa aceitação da família se diz sem a liberdade de se relacionar como qualquer outro casal heterossexual. Kevin aponta ainda outras dificuldades.

“Na UFS isso acontece, os olhares, sou conhecido como presidente do DCE e vez ou outra tem comentário, ameaça; embora seja frequente, a gente não pode esmorecer, tem que se fortalecer para lutar. Na universidade tem crescido acesso de pessoas trans, mas elas não têm direito ao nome social, só na carteirinha, mas nas listas de aula e outros documentos não têm. O acesso à faculdade é limitado, tem dificuldade de concluir ensino básico. A universidade não é uma bolha e esses preconceitos se reproduzem, a gente precisa estar lutando. Tem crescido o número de homossexuais que têm se posicionado, e a gente se coloca na luta dentro da universidade”, completa.

 

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